Biden diz que pensaria em desistir de eleição em caso de ‘condição médica’
Presidente dos EUA garantiu que nenhuma doença grave foi detectada, em meio a preocupações entre eleitores e democratas com sua idade avançada
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou em uma entrevista divulgada nesta quarta-feira, 17, que consideraria abandonar corrida pela Casa Branca caso surgisse uma “condição médica” diagnosticada que tornasse isso necessário. A declaração ocorreu em meio às preocupações entre eleitores e membros do Partido Democrata sobre seu estado de saúde, sua idade (ele tem 81 anos) e sua capacidade tanto para governar quanto para vencer as eleições contra o ex-presidente Donald Trump, em novembro.
Em entrevista ao jornalista Ed Gordon, da rede de notícias BET News, Biden reiterou que nenhum de seus médicos detectou problemas de saúde. Kevin O’Connor, médico da Casa Branca, escreveu após o exame físico do presidente em fevereiro que ele é “um homem saudável, ativo e robusto de 81 anos que permanece apto para executar com sucesso as funções da presidência”. Mesmo assim, o democrata é alvo de uma onda de apelos de aliados para que abandone as eleições desde sua desastrosa performance, no final de junho, no debate presidencial contra Trump.
+ Com Biden na berlinda, quais são as chances de Kamala Harris?
Explicações inconsistentes
Questionado por Gordon se havia algo que o poderia fazer reavaliar a permanência na corrida, Biden respondeu: “Se eu tivesse alguma condição médica que surgisse… Se alguém, se os médicos viessem até mim e dissessem, você tem esse e aquele problema.”
O comentário é o mais recente de uma série de explicações inconsistentes do presidente sobre o que poderia levá-lo à desistência. No início deste mês, ele disse à emissora americana ABC News que só abandonaria a eleição se a ordem viesse do “Senhor Todo-Poderoso”. Já em coletiva de imprensa em Washington, dias depois, ele disse que permaneceria na corrida, a menos que seus assessores provassem que ele nunca poderia vencer.
+ China suspende negociações com EUA sobre controle de armas nucleares
Aumenta o coro democrata contra Biden
Também nesta quarta-feira, 17, Adam Schiff, importante deputado federal da Califórnia que liderou um inquérito parlamentar a respeito da invasão ao Congresso americano em 2021, se juntou ao conjunto crescente de vozes do Partido Democrata que pediram que o presidente encerre sua campanha pela reeleição.
Biden “tem sido um dos presidentes de maior importância na história de nosso país, e sua vida inteira de serviço como senador, vice-presidente e agora como presidente tornou nosso país melhor”, disse Schiff em um comunicado divulgado ao jornal local The Los Angeles Times. No entanto, segundo ele, “um segundo mandato de Trump irá minar os alicerces da nossa democracia, e tenho sérias preocupações sobre se o presidente conseguirá derrotar Donald Trump em novembro”.
+ A reação de Zelensky à gafe de Biden — que o confundiu com Putin
O deputado enfatizou que apoiaria qualquer chapa democrata, mas disse acreditar que seria melhor para Biden “passar o bastão”.
A declaração de Schiff eleva para pelo menos 20 o número de democratas da Câmara que apelaram que Biden para encerrar a sua campanha, de um total de 213. Ao menos um dos 47 senadores democratas também fez o mesmo pedido e, por enquanto, nenhum governador.