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Ban Ki-moon participará de encontro de não-alinhados no Irã

Secretário-geral da ONU ignorou pedidos dos EUA e de Israel para que não participe. Ele deverá expressar preocupações da comunidade internacional sobre a crise na Síria, direitos humanos e programa nuclear do Irã

Por Da Redação
22 ago 2012, 18h23

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas, Ban Ki-moon, confirmou nesta quarta-feira que participará da 16º Cúpula de Chefes de Estado do Movimento de Países Não-Alinhados (MPNA) em Teerã na próxima semana, contrariando os pedidos dos Estados Unidos e de Israel para boicotar o evento. O porta-voz da ONU Martin Nesirky afirmou que Ban estará em Teerã de 29 a 31 de agosto para a reunião de cerca de 120 países não-alinhados, e para discussões bilaterais com importantes autoridades iranianas. “Com relação à República Islâmica do Irã, o secretário-geral vai usar a oportunidade para comunicar as preocupações e expectativas da comunidade internacional”, disse ele. “Isso inclui o programa nuclear do Irã, terrorismo, direitos humanos e a crise na Síria“.

Ban está “completamente ciente do tema delicado” relacionado a esta visita, mas ele também está consciente de suas responsabilidades à frente das Nações Unidas, segundo Nesirky. “É um bloco de nações muito importante”, afirmou uma fonte diplomática sob condição de anonimato. “Claro que o secretário-geral está indo. Ele não pode não ir”. O Movimento dos Países Não-Alinhados, fundado em 1955, engloba quase dois terços dos membros das Nações Unidas, e reúne mais da metade da população mundial. Entre seus integrantes estão África do Sul, India, Paquistão, Venezuela, Malásia, Chile e Colômbia. O Brasil, assim como a Coreia do Sul, país de Ban Ki-moon, não faz parte da organização.

Um diplomata do Conselho de Segurança disse que era importante para o secretário-geral estar presente. Ele afirmou que Ban não deve ignorar todo o movimento não-alinhado porque um membro, o Irã, tem um presidente que duvida do holocausto e questiona o direito de Israel de existir. Ban deve levantar essa questão e os comentários anti-israelenses de seus líderes durante encontros bilaterais no Irã. O novo presidente egípcio, Mohamed Mursi, também vai participar com encontro e será o primeiro chefe de Estado egípcio a visitar Teerã desde a Revolução Islâmica de 1979.

Alinhados – No início deste mês, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, pediu que o secretário-geral cancelasse seus planos de participar da cúpula dos não-alinhados em Teerã, segundo relatos da mídia israelense. A porta-voz do Departamento de Estado dos EUA Victoria Nuland deixou claro aos repórteres na semana passada que os Estados Unidos também gostariam que o chefe da ONU boicotasse o evento. “O fato de a reunião acontecer em um país que está em violação de muitas de suas obrigações internacionais e representa uma ameaça para os vizinhos… envia um sinal muito estranho em relação ao apoio à ordem internacional, Estado de Direito, etc”, afirmou Nuland.

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Questão nuclear – Outro tema espinhoso que o secretário-geral vai abordar é o programa nuclear iraniano, que o país afirma que é pacífico, embora potências ocidentais e seus aliados temam ser destinado à produção de armas nucleares. Neste fim de semana, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) vai se reunir novamente com autoridades do país islâmico para tentar convencer o Irã a expor sobre as supostas pesquisas de armas nucleares. O encontro acontece dois meses depois de as conversas anteriores terminarem sem sucesso. A expectativa da agência é um novo fracasso nas negociações. “A razão por que eu não posso ser muito otimista é… temos feito nossos melhores esforços em um espírito construtivo para elaborar um acordo entre o Irã e a AIEA, mas até agora não fomos bem sucedidos em chegar a um acordo”, disse Yukiya Amano, diretor-geral da AIEA. “Eu não tenho nenhuma indicação de que isso vai mudar muito em breve”, acrescentou.

(Com agência Reuters)

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