Egito suspende rede de TV hostil à Irmandade Muçulmana
O canal Al-Farain, com sede no Cairo, é favorável ao presidente deposto, Hosni Mubarak, e famoso por seus comentários virulentos contra os islamitas e Mursi
Uma emissora de televisão egípcia hostil à Irmandade Muçulmana e ao presidente Mohamed Mursi foi suspensa por um mês e corre o risco de ser fechada.
Entenda o caso
- • Na onda da Primavera Árabe, que teve início na Tunísia, egípcios iniciaram, em janeiro, sua série de protestos exigindo a saída do então ditador Hosni Mubarak, que renunciou no dia 11 de fevereiro de 2011.
- • Durante as manifestações, mais de 800 rebeldes morreram em choques com as forças de segurança de Mubarak, que foi condenado à prisão perpétua acusado de premeditar e ordenar esses assassinatos.
- • A Junta Militar assumiu o poder logo após a queda do ditador e até a posse do novo presidente eleito, Mohamed Mursi.
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“O canal privado Al-Farain terá sua transmissão interrompida por trinta dias pelas autoridades e terá sua licença revogada, caso continue com seus abusos”, informou o canal oficial.
A promotoria anunciou em comunicado o início de uma investigação depois de avaliar denúncias contra o proprietário do canal, Tewfik Okasha, acusado de “incitar o assassinato do presidente Mursi e a derrubada do poder”.
O canal Al-Farain, com sede no Cairo, é favorável ao presidente deposto, Hosni Mubarak, e famoso por seus comentários virulentos contra os islamitas, especialmente contra a Irmandade Muçulmana. O anúncio de sua suspensão ocorre em meio a um clima tenso entre parte da imprensa e o novo governo, com a decisão de três jornais independentes de publicar espaços em branco nesta quinta-feira, em vez de seus editoriais habituais.
Esses jornais pretendem protestar contra a intenção de controle da imprensa por parte Irmandade Muçulmana depois da nomeação de diversas pessoas ligadas aos islamitas para postos de direção de jornais do governo.
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(Com agência France-Presse)