Avião da delegação síria que seguia para a Suíça fica 5h detido em Atenas
Empresa grega se recusou a fazer abastecimento da aeronave devido ao embargo da UE à Síria. Chanceler sírio Walid Muallem estava a bordo
O avião que transportava a delegação oficial síria para Montreux, na Suíça, onde acontecerá a conferência de paz sobre a Síria, ficou parado por cerca de cinco horas no aeroporto de Atenas. O aparelho aterrissou às 11h57 locais (7h57 de Brasília) no Aeroporto Eleftherios Venizelos e só decolou pouco depois das 17h00 locais (13h00 de Brasília), confirmaram fontes aeroportuárias. O avião no qual o ministro sírio de Relações Exteriores, Walid Muallem, viaja para a Suíça para participar da conferência Genebra II decolou do aeroporto de Atenas após permanecer cinco horas retido em função do embargo internacional ao país árabe.
O chefe do Sindicato dos Trabalhadores da Aviação Civil da Grécia, Vassilis Alevizopoulos, disse à imprensa de seu país que o atraso aconteceu porque uma empresa grega recusou-se a reabastecer o avião, citando o embargo comercial da União Europeia (UE) à Síria. De acordo com a agência grega de notícias Itar-Tass, o Ministério das Relações Exteriores da Grécia informou que as autoridades locais realizaram “o procedimento padrão que se aplica nos casos de um embargo internacional, e após a conclusão, a aeronave será abastecida e vai partir para o seu destino final”.
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No sábado, a Coalizão votou por 58 votos contra 14 e duas abstenções a favor da participação na conferência internacional, que começa na quarta-feira em Montreux com as negociações entre o regime e oposição. Mas 45 de seus membros se recusaram a participar da votação e o Conselho Nacional Sírio (CNS), o maior dos componentes, anunciou, às vésperas da abertura da conferência de paz, que não viajará à Suíça.
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As expectativas para a conferência são baixas e diplomatas ocidentais, que pediram anonimato à imprensa, classificaram a recente ação de Ban Ki-moon, secretário-geral da ONU, como uma “confusão” e um “desastre”. Ban convidou o Irã para participar da conferência e, menos de 48 horas depois, retirou o convite depois que a oposição síria ameaçou boicotar a conferência se o principal país aliado do ditador Bashar Assad participasse do evento.
No entanto, apesar da saia justa criada pela ONU, os diplomatas disseram que as negociações poderão dar o pontapé inicial para frear o conflito que em quase três anos já matou pelo menos 130.000 pessoas e levou a mais de 2,4 milhões de pessoas se refugiarem em países vizinhos.