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Potências discutem cessar-fogo enquanto Síria beira o caos

Estados Unidos e Rússia discutiram soluções para a guerra civil no país após cerca de 700 pessoas morrerem em conflitos entre rebeldes nos últimos 9 dias

Por Da Redação
14 jan 2014, 06h06

A guerra civil na Síria voltou a tomar contornos calamitosos após grupos rebeldes entrarem em conflito nos últimos nove dias. Um levantamento feito pelo Observatório dos Direitos Humanos Sírio apontou que cerca de 700 pessoas foram mortas nos confrontos que se espalharam pelo país entre o grupo jihadista Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL) e o Exército Sírio Livre (ESL), apoiado pelos Estados Unidos. Frente a uma nova escalada nas tensões enfrentadas pelo país há quase três anos, o secretário de estado americano, John Kerry, e o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, se reuniram nesta segunda-feira com o enviado da ONU para a Síria, Lakhdar Brahimi, para discutir possíveis soluções para o confronto, incluindo um cessar-fogo em algumas regiões, segundo a rede britânica BBC.

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Os conflitos entre os opositores se concentram basicamente ao norte da Síria, principalmente na cidade de Aleppo. Em dezembro, forças ligadas ao regime do ditador Bashar Assad mataram centenas de civis após incessantes bombardeios aéreos contra a cidade, conhecida por ser um dos principais redutos de rebeldes no país. Mas, nos últimos nove dias, a guerra civil tomou outras proporções após os membros de grupos opositores entrarem em confronto. De um lado concentra-se o EIIL, que tenta derrubar o regime de Assad para impor um governo islâmico baseado na sharia, uma interpretação radical do Corão, enquanto do outro está o ESL, financiado pelo Ocidente. O enfrentamento em questão levou à morte de 697 pessoas.

Entre as vítimas, os grupos em prol dos direitos humanos apontam que 351 são combatentes de organizações rebeldes, 246 são terroristas do EIIL e 100 são civis. O número de mortes entre os civis inclui 21 crianças que foram executadas por guerrilheiros do EIIL dentro de um hospital em Qadi Askar, um dos territórios rebeldes em Aleppo. A ONU atesta que as mortes resultadas da guerra civil na Síria já passam de 100 000.

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Longe dos conflitos, Kerry e Lavrov conversaram sobre a atual situação em um encontro em Paris, na França. Segundo os políticos, o regime de Assad vem sinalizando positivamente para a adoção de um cessar-fogo em algumas regiões, incluindo a caótica Aleppo. “Discutimos a possibilidade de tentar encorajar um cessar-fogo, talvez um localizado em Aleppo”, disse Kerry. O americano também negou qualquer possibilidade de se discutir uma futura intervenção militar no país. “Não há uma solução militar para a violência. Apenas as negociações salvarão a Síria”, acrescentou. Lavrov, por sua vez, disse esperar da oposição síria uma cooperação semelhante à da ditadura de Assad, ao que Kerry respondeu: “Tenho certeza que a oposição estará em Genebra”, na Suíça, onde será realizada uma conferência de paz entre as partes envolvidas no conflito.

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A oposição, no entanto, parece cada vez mais fragilizada pela presença de terroristas islâmicos ligados à Al Qaeda no território sírio. Em resposta à conferência de Kerry e Lavrov, a opositora Coalizão Síria disse condenar “qualquer violação” aos direitos humanos e denunciou a presença de grupos armados que estão tirando vantagem do conflito entre o EIIL e o ESL. De acordo com Khalid Saleh, um dos porta-vozes da Coalizão, organizações criminosas “estão operando ilegalmente, intimidando civis e roubando em toda a Síria, particularmente ao norte do país”. Outro comunicado de uma aliança mantida entre potências do Ocidente e do Golfo Árabe pediu para os grupos armados “respeitarem os valores democráticos e plurais” e condenou as práticas do EIIL, cujo financiamento provém dos terroristas do libanês Hezbollah e da Al Qaeda.

Armas químicas – Em meio ao confronto, a comunidade internacional tenta cumprir com os prazos estipulados pela Organização para Proibição das Armas Químicas (Opaq) para a destruição do arsenal químico de Assad, acordada entre Estados Unidos e Rússia em setembro. Parte dos agentes tóxicos foi estocada em um navio norueguês que participa da operação, mas uma considerável parcela do arsenal ainda está armazenada em bases ameaçadas pelo conflito. Kerry, contudo, disse que as potências seguem trabalhando para retirar as armas dessas localidades. “O chanceler Lavrov conversou com o regime sírio e afirmou que ele está disposto a abrir algumas áreas, o que possibilitará aos comboios terem acesso a elas”, declarou o americano, sem, no entanto, especificar uma data para Assad começar a cooperar. A conclusão inicial da operação foi projetada para junho e julho deste ano.

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