Autoras de ‘oração punk’ contra Putin enfrentam julgamento
Integrantes do grupo 'Pussy Riot' podem receber pena de até 7 anos de prisão
Começou nesta segunda-feira uma nova audiência do julgamento contra três integrantes do grupo Pussy Riot, detidas há cinco meses por cantar uma “oração punk” contra o presidente russo, Vladimir Putin, na catedral de Moscou. Nadejda Tolokonnikova, de 22 anos, Yekaterina Samutsevish, de 29, e Maria Alejina, de 24, são acusadas de vandalismo e podem levar uma pena de até sete anos de prisão.
As três jovens são julgadas por cantar no dia 21 de fevereiro, encapuzadas, com guitarras e alto-falantes, uma “oração punk” intitulada “Maria, mãe de Deus, tire Putin do poder” no interior da catedral do Cristo Salvador, em Moscou. No total, cinco integrantes do grupo Pussy Riot participaram da ação, mas a polícia prendeu apenas três delas. O tribunal encarregado do caso ordenou recentemente a prisão preventiva até janeiro de 2013.
Nas imagens da sessão transmitidas ao vivo no site do tribunal Jamovnicheski de Moscou, que nesta segunda-feira deve ouvir os primeiros argumentos do processo, as três jovens apareciam sorridentes dentro de sua cabine de vidro.
A oração contra Vladimir Putin gerou muitas reações de desaprovação em um país que, após a queda do regime soviético em 1991, experimentou um crescimento religioso, porém pouco desenvolvimento da democracia e da liberdade de expressão. Muitas personalidades russas, incluindo as pertencentes à comunidade cristã ortodoxa, defenderam as jovens e consideraram desproporcionais as acusações apresentadas contra elas e a sua permanência na prisão.
Liberdade – Também nesta segunda-feira, uma polêmica lei russa sobre “listas negras” de sites na internet entrou em vigor com o objetivo anunciado de proteger os menores de idade de “informações perigosas”. Analistas estrangeiros, contudo, temem que sirva para o governo censurar os internautas.
A lei, promulgada no sábado pelo presidente Vladimir Putin e publicada nesta segunda-feira no Diário Oficial, prevê a criação de um registro federal que regulamente a atividade dos sites com informações proibidas pela lei, o que obrigará os proprietários ou provedores de acesso a fechar os endereços.
Aprovada em meados de julho pelo Parlamento russo, a lei busca reprimir os portais que divulgam pornografia de caráter pedófilo, assim como os endereços que promovem o consumo de drogas ou apresentam conselhos de suicídios, mas muitos analistas suspeitam que o governo deseja censurar a internet na Rússia.
(Com agência France-Presse)