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Aung San Suu Kyi volta à Grã-Bretanha depois de 24 anos

Opositora birmanesa estudou em Oxford, onde também conheceu seu marido

Por Da Redação
19 jun 2012, 12h13
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  • A opositora birmanesa Aung San Suu Kyi começou nesta terça-feira, dia em que comemora seus 67 anos, uma visita de uma semana à Grã-Bretanha. No país, ela deve reencontrar-se com familiares e amigos, que não vê por quase 25 anos, devido à sua luta por reformas democráticas em Mianmar.

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    Antes de ir a Oxford, cidade onde estudou e conheceu seu marido, hoje morto, e pai de seus dois filhos, a “Dama de Yangun” deu uma conferência ante admiradores na prestigiosa London School of Economics (LSE) sobre o estado de direito de seu país. “Se não fizermos emendas à Constituição para harmonizá-la com as aspirações de todas as pessoas em nosso país, nunca poderemos conseguir a unidade e a paz que desejamos”, afirmou Suu Kyi.

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    Indagada sobre a origem de sua força pessoal, Suu Kyi respondeu: “São vocês. Pessoas como vocês, que me deram força para continuar”. Depois de Londres, Suu Kyi irá para Oxford, onde na quarta receberá o título de “Doutor Honoris Causa” na prestigiosa Universidade da cidade.

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    Visita – A visita de Aung San Suu Kyi à Grã-Bretanha relembra a parte mais dolorosa de sua luta política: as duas décadas que passou afastada de seus dois filhos, Kim e Alexander. Em 1988, a líder da oposição birmanesa teve que tomar uma decisão crucial: seguir seu destino político em Mianmar ou permanecer na Grã-Bretanha com o marido, britânico, e seus dois filhos.

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    Suu Kyi escolheu seu país e passou a maioria dos 22 anos seguintes em prisão domiciliar, negando-se, inclusive, a retornar quando o marido estava prestes a morrer, porque achava que a junta no poder não a deixaria voltar. Kim, 35, mora na Grã-Bretanha. Além de ter visitado várias vezes sua mãe desde que ela foi libertada, em novembro, acompanhou-a na Noruega.

    Alexander, 39, mora nos Estados Unidos, e ainda não voltou a vê-la. Também não está confirmada sua presença nesta ocasião. A família não comenta publicamente a separação, mas o jornalista Peter Popham, autor de uma biografia de Aung Suu Kyi, conta que ela era descrita injustamente como fria, porque nunca falava sobre seus problemas.

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    “Seu autocontrole é lendário. Considerava uma prova de sua vontade não expor a ninguém seu sofrimento”, explicou Popham. “Não é difícil imaginar o que significou para ela estar separada de sua família ano após ano, em completo isolamento”, disse o jornalista, que se reuniu com Aung Suu Kyi em duas ocasiões.

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    Casamento – Aung Suu Kyi casou-se com Michael Aris, um especialista em Tibete, em 1972. Aquela que os amigos chamavam apenas de “Suu” levava uma vida tranquila, até que tudo mudou quando ela retornou a seu país, em 1988, para ver sua mãe, doente. Durante sua permanência, a junta reprimiu violentamente algumas manifestações. Seguindo o caminho de seu pai, herói da independência birmanesa, ela endossou o papel de opositora política e decidiu ficar no país.

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    Nos longos anos que se seguiram, ela viu o marido e os dois filhos apenas cinco vezes. “Como mãe, o maior sacrifício que tive que fazer foi abandonar meus filhos”, disse ao ex-sacerdote budista Alan Clements, em uma série de entrevistas. “Mas sempre tive em mente a ideia de que os outros fizeram sacrifícios ainda maiores.”

    Em 1999, Michael Aris, que sofria de um câncer de próstata incurável, pediu a ela que não retornasse, para não dar uma vitória à junta. Seu filho Kim ainda passa a maior parte do tempo em Oxford, segundo os amigos, e prefere se manter distante dos holofotes. A mãe chorou na primeira vez em que eles se reencontraram, e mostrou a ele, tatuado em seu braço, o emblema da Liga Nacional para a Democracia, seu antigo partido.

    Alexander nunca esteve em Mianmar, mas foi incumbido de fazer um discurso em Oslo, para onde viajou com seu irmão para receber o Nobel da Paz concedido a sua mãe em 1991. Segundo o historiador Peter Carey, amigo de seu pai, ambos passaram por “grandes distúrbios emocionais”. “Foi muito duro para eles. Se a pessoa perde a mãe, pode acabar aceitando. Mas se ouve falar nela, sem poder vê-la ou se comunicar com ela, é um inferno.”

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    (Com agência France-Presse)

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