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Aumento de casos de Covid leva Suécia a impor restrições ‘sem precedentes’

País foi um dos únicos a rejeitar lockdowns no início do ano, adotando apenas orientações; anúncio ocorre após recordes de casos e hospitalizações

Por Da Redação
Atualizado em 16 nov 2020, 14h45 - Publicado em 16 nov 2020, 14h36

A Suécia anunciou nesta segunda-feira, 16, que vai adotar restrições “sem precedentes” no combate à pandemia do novo coronavírus, após a média móvel de novos casos quase quadruplicar em relação ao pico do início do ano e hospitalizações baterem recorde. Para o país nórdico que rejeitou um bloqueio nacional, serão as medidas mais duras desde o início da pandemia.

A partir da próxima terça-feira, 24, reuniões em espaços públicos de mais de oito pessoas serão proibidas, uma redução drástica do limite atual de 50. Isso se aplica a eventos como shows, palestras e apresentações de teatro, mas não a reuniões privadas – além de contraindicar o uso de transporte público e ir a lojas. A medida sucede a proibição da venda de álcool após as 22h, anunciada na semana passada.

O primeiro-ministro da Suécia, Stefan Lofven, disse que as restrições “sem precedentes” são necessárias se o país quiser “restringir a transmissão”. No último surto de contágios, que ocorreu entre junho e julho, a média móvel de novos casos em uma semana chegou a 1.076. Agora, a média atingiu 4.080, segundo a Autoridade Nacional da Saúde Pública.

“A situação vai piorar. Cumpra o seu dever e assuma a responsabilidade de impedir a propagação da infecção”, disse Lofven em coletiva de imprensa nesta segunda-feira. “Este é um sinal muito claro e forte para todos neste país e para toda a sociedade sobre as regras que estão sendo adotadas”, completou.

A Suécia foi um dos poucos países a rejeitar um bloqueio nacional, conhecido como “lockdown”, no início deste ano. A estratégia do governo e da equipe de resposta à pandemia foi emitir recomendações para as pessoas lavarem as mãos, praticarem distanciamento social e trabalharem de casa – contando com o bom-senso geral da população, que atuaria voluntariamente contra a propagação do vírus.

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Após a adoção da abordagem, o país apresentou uma taxa de mortalidade muito mais alta do que outras partes da região nórdica. A Suécia tem dez vezes mais casos per capita que a Finlândia, e quatro vezes mais que a Noruega. Defendendo que seria eficaz a longo prazo, autoridades mantiveram a estratégia – até agora.

Na semana passada, a taxa hospitalizações cresceu mais rápido na Suécia do que em qualquer outro país europeu. Nesta segunda-feira, 150 pacientes com Covid-19 estavam em unidades de terapia intensiva, um aumento de seis vezes desde o início de outubro (embora mais baixo que em março e abril). E depois de alguns meses com poucas mortes diárias, o país registrou mais de 100 em três dias na semana passada.

O premiê sueco disse que a estratégia de fazer recomendações, não proibições, produz menos efeito agora que a adesão é menor, já que “muita gente está cansada dessa situação”. Contudo, junto à proibição de reuniões com mais de oito pessoas, Lofven fez novo apelo: “Estamos vivendo em tempos difíceis e isso vai piorar. Não vá a academias, não vá a bibliotecas. Não faça jantares, não faça festas.”

De acordo com o jornal britânico Financial Times, Lofven disse que mesmo com o aumento de infecções e hospitalizações o país “não acredita em um bloqueio total”. “Acreditamos que as medidas que estamos tomando são adequadas”, completou, em entrevista ao FT, afirmando que essas foram as medidas mais invasivas na Suécia nos “tempos modernos”.

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