Ativista chinês chega aos EUA para iniciar vida como estudante universitário
Chen Guangcheng desembarcou em Nova Jersey em voo da United Airlines
Após 13 horas de voo, o dissidente chinês Chen Guangcheng desembarcou na noite deste sábado no aeroporto internacional de Newark, Nova Jersey, nos Estados Unidos. O ativista cego, que viajou com sua mulher e os dois filhos, protagonizou uma crise diplomática entre Washington e Pequim quando escapou da prisão domiciliar no final de abril e passou seis dias na embaixada americana. De acordo com as autoridades locais, diplomatas da Embaixada norte-americana em Pequim acompanharam Chen para garantir sua segurança.
LEIA TAMBÉM:
Dissidente teme pressão da China contra seus familiares
Durante o dia, a Casa Branca divulgou sua satisfação pelo desfecho do caso, que contou com a colaboração das autoridades chinesas – que permitiram a saída do dissidente do país. A viagem do ativista político para estudar nos Estados Unidos só aconteceu após intensas negociações entre as autoridades de Washington e Pequim.
Denúncias – Um dos mais famosos e respeitados dissidentes chineses, Chen acabou provocando uma tensão diplomática que ameaçou afetar as relações econômicas entre Pequim e Washington. Como saída para a crise, o ativista defensor dos direitos humanos foi autorizado pelo governo chinês a estudar nos EUA. O governo americano, por sua vez, afirmou que já tomou todas as providências necessárias para admitir Chen no país – ele recebeu um convite para estudar na Universidade de Nova York.
Chen Guangcheng, de 41 anos e cego desde os cinco, ficou conhecido na década de 1990 por denunciar abortos e esterilizações forçadas em sua província como parte da “política do filho único” do governo de Pequim. Em 2006, a revista americana Time o nomeou uma das pessoas mais influentes do mundo e, em 2007, concedeu a ele o prêmio Magsaysay, conhecido como o Nobel Asiático.
Em dezembro de 2010, Chen terminou de cumprir uma condenação por causar distúrbios e atrapalhar o trânsito, mas foi submetido junto com sua família à prisão domiciliar. Depois de quase um ano e meio, ele fugiu do cárcere privado em 22 de abril e se refugiou na embaixada dos Estados Unidos em Pequim, até ser conduzido a um hospital da capital chinesa, onde permaneceu sob custódia.
(Com EFE)