Ataques noturnos atingem cem prédios em Gaza e elevam estado de alerta
Grupo militante palestino Hamas prometeu responder ataques com "força total"

Bombardeios de forças israelenses na noite de sexta-feira e madrugada deste sábado, 28, destruíram centenas de prédios em Gaza, relatou o serviço de defesa civil local à agência de notícias AFP.
“Milhares de outras casas foram danificadas”, disse um porta-voz à AFP, acrescentando que os intensos bombardeamentos “mudaram a paisagem” do norte de Gaza.
Em resposta, o grupo militante palestino Hamas prometeu responder aos ataques com “força total”.
Em meio aos intensos ataques, as Forças de Defesa de Israel chegaram a afirmar na sexta-feira que não podem garantir a segurança de jornalistas atuantes na Faixa de Gaza. Em comunicado enviado às agências de notícias AFP e Reuters, as IDF informaram ter “como alvo todas as atividades militares do Hamas em Gaza”.
+ Israel intensifica ataques e Gaza tem apagão total de redes de comunicação
Empresas que monitoram redes de comunicação, como a NetBlocks, também informaram que a Faixa de Gaza sofreu um apagão quase total dos serviços de internet e de telefonia celular.
A NetBlocks, empresa do Reino Unido que rastreia a conectividade global à internet, disse que o atentado criou o maior apagão de internet desde o início do conflito.
⚠ Confirmed: Live network data show a collapse in connectivity in the #Gaza Strip with high impact to Paltel, amid reports of heavy bombardment; the company is the last remaining major operator to supply service as connectivity declines amid ongoing fighting with Israel 📉 pic.twitter.com/nDPf7HnjKF
— NetBlocks (@netblocks) October 27, 2023
A Sociedade do Crescente Vermelho Palestino, organização humanitária ligada à Cruz Vermelha que atua em Gaza, emitiu um comunicado nesta sexta-feira alertando que os cortes à comunicação causariam problemas significativos aos serviços de emergência no território palestino.
“Perdemos completamente o contato com a sala de operações na Faixa de Gaza e com todas as nossas equipes que operam lá, devido ao corte por parte das autoridades israelenses de todas as comunicações fixas, celulares e pela internet”, disse o grupo. “Estamos profundamente preocupados com a capacidade das nossas equipes de continuarem a prestar os seus serviços médicos de emergência”, especialmente porque impossibilita ligações para o número central de emergência “101”, completou.
O chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse que o apagão estava “tornando impossível” que as ambulâncias chegassem aos feridos em Gaza.