Três funcionários indianos da Organização das Nações Unidas foram mortos nesta quinta-feira em um ataque rebelde contra uma base utilizada pelas forças de paz em Akobo, no nordeste do Sudão do Sul. A ação foi perpetrada por grupos armados da etnia Nuer, a segunda maior do país, que trava uma guerra contra o governo do presidente Salva Kiir, da etnia majoritária Dinka.
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Os capacetes azuis protegiam cerca de trinta civis de grupos étnicos rivais dos Nuer que estavam refugiados no local quando a invasão aconteceu. Em um pronunciamento, o secretário-geral da ONU Ban Ki-Moon afirmou estar “consternado” com a morte dos três capacetes azuis indianos. Ban também fez um apelo para que governo e opositores “respeitem os direitos dos civis e garantam sua segurança”.
Sudão do Sul
Segundo a rede britânica BBC, a ONU está fornecendo proteção para mais de 30 000 civis em cinco cidades diferentes do Sudão do Sul. O ataque em Akobo ocorreu horas depois de o governo do país comunicar que rebeldes haviam tomado o controle de Bor, uma importante cidade localizada ao norte da capital Juba.
Estrangeiros – Enquanto isso, centenas de estrangeiros lotaram o aeroporto da capital Juba tentando sair do país. Tanto os Estados Unidos quanto a Grã-Bretanha enviaram aviões ao Sudão do Sul para retirar seus cidadãos e funcionários diplomáticos que se encontravam no país. Um membro da defesa americana disse que a situação na região “está ficando feia”. Em fala no Congresso, o presidente Barack Obama pediu aos líderes do Sudão do Sul para abandonarem a retórica inflamada e deterem a violência.
Conflito – O Sudão do Sul mergulhou em uma onda de conflitos armados após tropas leais ao ex-vice-presidente Riek Machar, da etnia Nuer, acusarem o atual presidente, Salva Kiir, da etnia Dinko, de fomentar um golpe de estado. O governo informou que dez autoridades, incluindo ex-ministros, foram detidas, mas Riek Machar está foragido. Em julho, o presidente Kiir demitiu seu vice e todo o governo, em meio a rivalidades entre os dois políticos e dissensões dentro do regime, formado por ex-rebeldes que conquistaram a independência do Sudão, em julho de 2011.
Segundo a ONU, entre 500 e 800 pessoas teriam morrido nos confrontos esta semana entre facções do Exército leais a Salva Kiir e a Riek Machar, e a situação é “instável e confusa” no país. O Sudão do Sul – um país rico em petróleo, mas com uma população muito pobre – vive em permanente instabilidade desde sua independência.
(Com agências France-Presse e Reuters)