Ataque do Talibã deixa ao menos 6 soldados mortos

(Atualizado às 15h08)

Pelo menos seis soldados afegãos foram mortos e onze ficaram feridos em um ataque suicida nesta quinta-feira contra um ônibus que levava militares em Cabul. O ataque, reivindicado pelo Talibã, encerrou quase duas semanas de trégua na capital.

Dawlat Waziri, vice-porta-voz do Ministério da Defesa, disse que um suicida a pé atacou o veículo na área de Tarakhil, leste de Cabul, quando os militares estavam a caminho do trabalho.

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Os ataques aumentaram nos últimos meses, exatamente no momento em que o Afeganistão se prepara para a saída das tropas estrangeiras do país – a maior parte deixará o território afegão este mês, depois de 13 anos de guerra.

Na província norte de Parwan, cinco estudantes afegãos foram mortos em um ataque aéreo das forças estrangeiras, segundo o chefe local de polícia, Mohammad Zaman Mamozai. A força internacional confirmou o ataque na região, mas disse que os mortos eram insurgentes.

Prisão – Nesta quarta, os Estados Unidos anunciaram o fechamento de um centro de detenção e disseram não ter mais prisioneiros no país. Segundo o Departamento de Defesa, os últimos detentos que estavam na base de Bagram, no norte da capital, foram transferidos.

O local foi fechado um dia após um relatório do Senado dos EUA ter detalhado abusos em uma prisão secreta da CIA no Afeganistão. A embaixada americana em Cabul disse que a decisão de fechar a instalação estava ligada ao prazo para encerrar o programa de detenção no Afeganistão, não à divulgação do relatório.

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O presidente afegão Ashraf Ghani considerou “chocantes” os detalhes revelados pelo documento. “Isso viola todas as normas aceitas de direitos humanos no mundo. Não há justificativa para tais atos de tortura”.

Ele afirmou que vai investigar quantos afegãos sofreram abusos em centros de detenção americanos. E reiterou que, a partir de 1º de janeiro, os Estados Unidos não terão mais o direito de manter prisioneiros no Afeganistão.

Explosão em auditório – Em outro atentado nesta quinta, um suicida detonou explosivos no auditório de um centro cultural francês, também em Cabul. Ao menos uma pessoa morreu e dezesseis ficaram feridas. O vice-ministro do interior, general Ayoub Salangi, disse que o terrorista aparentava ter 17 anos de idade.

“Eu ouvi uma explosão ensurdecedora. Havia afegãos, estrangeiros, meninas e meninos acompanhando uma apresentação”, contou Sher Ahmad, ativista de direitos humanos que também estava no local. Segundo ele, a peça que estava sendo apresentada era exatamente uma condenação aos ataques suicidas. Um terrorista do Talibã disse que o atentado foi perpetrado no local porque a peça fazia um “insulto aos valores islâmicos”.

Um comunicado do governo francês fala em “vários” mortos e “muitos” feridos, mas descarta a presença de cidadãos franceses entre as vítimas.

(Com agência Reuters)