Um ataque aéreo contra uma escola técnica na cidade de Raqa, no norte da Síria, deixou 16 mortos, em sua maioria estudantes e professores, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), neste domingo. “Entre os mortos estão dez alunos menores de 18 anos, e há muitos feridos em estado grave”, disse a OSDH em sua página oficial.
Os rebeldes tomaram o controle de Raqa em 6 de março, sendo a única capital de província nas mãos dos insurgentes. Atualmente, a cidade é controlada principalmente pelos jihadistas do Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL).
O Observatório, que conta com uma ampla rede de ativistas em todo o país, postou um vídeo que mostra os corpos das vítimas, uma delas coberto por livros escolares.”Houve pânico, crianças chorando na escola e tentando se esconder”, relatou uma testemunha ao OSDH.
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Conflitos – A OSDH também informou que 14 corpos de membros das Forças de Defesa, que apoiam o regime sírio, mortos um dia antes em Zamalka, perto de Damasco, foram transportados neste domingo para Homs, no centro do país. Uma fonte da segurança relatou combates também em Zamalka e Jobar (leste).
Ainda de acordo com o OSDH, pelo menos 19 soldados foram mortos e 60 ficaram feridos em um ataque rebelde na madrugada deste domingo contra posições militares em Nasseriya al-Qalamun, ao norte de Damasco.”Há também vítimas nas fileiras dos rebeldes, que conseguiram tomar o controle de várias posições”, de acordo com o OSDH.
Por sua vez, o exército afirmou ter matado “um grande número” de rebeldes em Nashabiyé, ao norte da capital.
Protesto – O Ministério das Relações Exteriores da Jordânia anunciou neste domingo ter enviado uma mensagem de protesto à embaixada da Síria em Amã contra o ataque com morteiros contra a mesquita de Al-Fatah, perto de um parque industrial na cidade de Ramtha, em seu território, quinta-feira à noite.
“O morteiro atingiu esta região durante confrontos entre o exército sírio e combatentes (rebeldes) do Exército Sírio Livre (ESL) do outro lado da fronteira”, disse o ministro jordaniano da Informação, Mohammad Momani, citado pela agência de notícias Petra.
Rebeldes – No sul da Síria, após quatro dias de intensos combates em que 26 soldados e um grande número de insurgentes foram mortos, os rebeldes assumiram o controle de um posto de fronteira e agora ocupam uma faixa de terra da cidade de Deraa, próxima as Colinas de Golã, a leste, segundo o OSDH. No entanto, a tomada do posto não foi confirmada por um alto funcionário dos serviços de segurança: “a situação muda repentinamente e a luta continua”.
Fotógrafo morto – Um fotógrafo sírio, que colaborava para a agência France-Presse, foi morto durante um bombardeio à cidade de Deir Ezzor, afirmou neste domingo um de seus colegas. Murhaf al-Modahi, conhecido como Abu Chuja, morreu no sábado durante combates entre os rebeldes e as tropas leais ao ditador Bashar al-Assad. A Coalizão de Oposição síria confirmou a morte de Chuja, ressaltando que ele “morreu enquanto cumpria seu dever de jornalista”.
A organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) descreveu a Síria como o país mais perigoso para os jornalistas. Segundo a organização, 25 jornalistas morreram desde o início da revolta, em março de 2011.
(Com agência France-Presse)