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Assassino da Noruega assume mortes, mas não admite culpa nem remorso

Anders Behring Breivik chorou de maneira inesperada nesta segunda-feira, primeiro dia de seu julgamento, após se declarar inocente e se manter impassível quando a promotoria leu os nomes das 77 vítimas massacradas em julho do ano passado na Noruega. Imperturbável durante toda a manhã, com exceção de raros momentos em que chegou a sorrir, Breivik, […]

Por Por Pierre-Henry DESHAYES
16 abr 2012, 11h00
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  • Anders Behring Breivik chorou de maneira inesperada nesta segunda-feira, primeiro dia de seu julgamento, após se declarar inocente e se manter impassível quando a promotoria leu os nomes das 77 vítimas massacradas em julho do ano passado na Noruega.

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    Imperturbável durante toda a manhã, com exceção de raros momentos em que chegou a sorrir, Breivik, com o rosto corado, caiu em lágrimas quando o tribunal projetou um filme de propaganda realizado e difundido por ele na internet no dia 22 de julho, dia dos ataques.

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    “É improvável, no entanto, tratar-se de arrependimento, ele sentiu pena de si mesmo, não das famílias”, declarou um advogado das famílias das vítimas, Mete Yvonne Larsen, ao comentar o choro do réu.

    “Eu reconheço os fatos, mas não reconheço minha culpa”, declarou Breivik. “Invoco a legítima defesa”, acrescentou, explicando que agiu contra “traidores da pátria” culpados de vender a sociedade norueguesa ao Islã e ao multiculturalismo.

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    Ao entrar no tribunal, Breivik bateu no peito com a mão direita antes de estender o braço, com punho cerrado, para o público de cerca de 200 pessoas, composto por famílias de vítimas, sobreviventes, jornalistas e quatro psiquiatras. Esta saudação, explica em um manifesto publicado na internet, representa a “força, honra e um desafio aos tiranos marxistas na Europa”.

    De terno escuro, camisa branca e gravata bege dourada, Breivik que se apresentou como escritor declarou para os cinco juízes: “Eu não reconheço o tribunal norueguês”.

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    Durante a primeira pausa da manhã, ele nem se incomodou em levantar, ao contrário do habitual, quando os juízes, entre eles a presidente Wenche Elizabeth Arntzen, saíram da sala.

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    O julgamento do massacre mais sangrento cometido na Noruega deste a Segunda Guerra Mundial teve início às 9h00 (4h00 no horário de Brasília), com um forte esquema de segurança e uma presença considerável da imprensa.

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    O procedimento deverá durar seis semanas e a principal questão será a sanidade mental do acusado, que já reivindicou o massacre.

    Breivik, 33 anos, é acusado de “atos de terrorismo”. Seu testemunho deve acontecer nesta terça-feira.

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    Mas seu advogado, Geir Lippestad, que tem a ajuda de três assistentes, já preveniu: “Será extremamente difícil escutar suas explicações”. Segundo o defensor, “ele vai lamentar por não ter ido mais longe em sua carnificina, caracterizada por ele como “atroz, mas necessária”.

    O procurador Inga Bejer Engh leu a ata de acusação e enumerou o nome das 77 vítimas. Das vítimas, oito foram mortas na explosão de um carro-bomba próximo de uma das sedes do governo e 69, a maioria com menos de 20 anos, foram friamente assassinadas na ilha de Utoeya.

    Em um silêncio quase religioso, apenas os nomes das vítimas eram ouvidos.

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    As famílias das vítimas demonstravam sua desaprovação acenando com a cabeça. Algumas pessoas sufocavam os soluços.

    Breivik manteve sua cabeça e olhos baixos, com o rosto completamente impassível, como se não ouvisse o procurador declarar solenemente: “O acusado praticou crimes extremamente graves em uma escala que até agora nunca foi vista em nosso país nos tempos modernos”.

    Durante a intervenção do segundo promotor, Svein Holden, Breivik se mostrou mais ativo e atento: tomou notas, olhou para as diferentes imagens projetadas pela acusação em uma tela gigante.

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    Seu rosto até esboçou um enorme sorriso quando Holden contou como o o acusado tinha vendido diplomas falsos.

    Caso os juízes, em seu veredicto esperado para julho, considerá-lo penalmente responsável, Breivik pegará 21 anos de prisão, uma pena que pode ser prolongada o tempo que ele for considerado perigoso.

    Do contrário, deverá ser submetido a um tratamento psiquiátrico em um hospital fechado, provavelmente pelo resto de sua.

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