Assad condiciona solução política para crise ao fim do apoio a rebeldes
O ditador sírio alertou a ONU que a guerra civil só será interrompida se os países do Ocidente deixarem de apoiar a oposição moderada ao regime
Por Da Redação
30 out 2013, 14h56
O ditador sírio Bashar Assad se reuniu nesta quarta-feira com o enviado da ONU para a Síria, Lakhdar Brahimi, para discutir a participação de representantes do regime na conferência de paz que será realizada em Genebra, na Suíça. O mandatário, contudo, alertou que nenhuma solução política para a guerra civil será tomada até os países do Ocidente deixarem de apoiar as forças rebeldes. “O sucesso de qualquer solução política precisa estar vinculado ao fim de qualquer apoio a grupos militares. Deve existir uma pressão sobre os países que estão apoiando essas organizações e facilitando a entrada de terroristas e mercenários na Síria”, disse Assad, segundo a rede americana CNN.
O chanceler sírio, Walid al-Moallem, já havia se encontrado com Brahimi na terça-feira. Os dois representantes discutiram outras demandas do regime para a realização da conferência de paz em Genebra. “O ministro al-Moallem afirmou que a Síria vai participar da conferência com base no direito exclusivo das pessoas sírias de decidirem sobre o seu futuro político e escolher as suas lideranças, rejeitando qualquer interferência estrangeira, e mantendo o diálogo em Genebra entre sírios e liderado por sírios”, informou a agência de notícias do país.
O conflito entre as forças governistas do ditador e os rebeldes contrários ao regime já dura mais de dois anos e causou a morte de mais de 100 000 pessoas, segundo dados levantados pela ONU. Assad, que classifica os membros da oposição síria de “terroristas”, afirmou que não conseguirá cumprir com as demandas das negociações de paz se não tiver a sua reivindicação atendida. “Isso é uma importante etapa para preparar o cenário que permitirá um diálogo nacional e colocará mecanismos claros para se alcançar os objetivos almejados nas futuras conversas de paz.”
Publicidade
Embora grupos jihadistas tenham se aproveitado da instabilidade síria para promover atentados terroristas no país, a oposição liderada pelo Exército Sírio Livre (ESL) conta com forte apoio dos Estados Unidos e de seus aliados. A organização é considerada o principal braço armado da luta contra Assad e afirma ter um contingente de aproximadamente 40 000 soldados. Analistas, no entanto, dizem que o ESL não deve ter mais do que 10 000 integrantes. O principal ganho do grupo na guerra civil foi um ataque que matou o cunhado de Assad, Assef Shawkat, e o então ministro da Defesa, Daoud Rajiha, em Damasco.
A oposição síria já havia afirmado em outras ocasiões que não estava confiante para as futuras negociações em Genebra. Os grupos rebeldes dizem que não aceitarão nenhuma resolução que não determine a saída imediata de Assad do poder. Anteriormente, os opositores já haviam declarado que o acordo firmado entre Estados Unidos e Rússia para destruir o arsenal químico do regime não interromperia a luta armada. A medida foi acordada em setembro como uma resposta ao massacre de mais de 1 400 civis em um ataque com armas químicas na periferia de Damasco, em 21 de agosto.
Demissão – Na terça-feira, Assad anunciou a demissão do vice-primeiro-ministro Qadri Jamil. O regime sírio afirmou que Jamil realizou “reuniões fora do país sem a autorização” do governo. Segundo um membro do Departamento de Estado americano, o vice-premiê se encontrou com o embaixador dos Estados Unidos para a Síria, Robert Ford, em Genebra. Antes de ser destituído de suas funções, Jamil chegou a dizer que a conferência de paz ocorreria em novembro.
Publicidade
VEJA Mercado - quinta, 2 de maio
Moody’s melhora perspectiva para Brasil, o duro recado do Fed e entrevista com Luis Otávio Leal
A agência de classificação de riscos Moody’s mudou a perspectiva da nota de crédito do Brasil de estável para positiva. Em outras palavras, o país está mais próximo de ter sua nota de crédito melhorada. O Brasil está a duas revisões de obter o chamado grau de investimento, o que ajuda a atrair investimentos estrangeiros. O comitê do Federal Reserve (Fed), o Banco Central americano, se reuniu na quarta e decidiu manter as taxas de juros do país no intervalo entre 5,25% e 5,5% ao ano. Jerome Powell, presidente do Fed, afirmou que altas de juros não fazem parte do cenário-base da instituição, mas falou em falta de progresso na busca pela meta de inflação de 2%. Diego Gimenes entrevista Luis Otávio Leal, economista-chefe da gestora G5 Partners, que comenta esses e outros assuntos.
Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
a partir de R$ 2,00/semana*
ou
Impressa + Digital
Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
a partir de R$ 39,90/mês
*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.
PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis CLIQUE AQUI.