Depois de um ano fechada para todos os tipos de festividade em razão da pandemia de Covid-19, a Champs-Élysées, a mais celebrada artéria de Paris, voltou a brilhar em todo o seu esplendor, num misto de esperança e preocupação. As luzes que iluminarão o Natal na capital francesa foram inauguradas no domingo 21 com a presença da prefeita Anne Hidalgo e outras autoridades, além da madrinha do evento, a cantora pop francesa Clara Luciani. Temporariamente interrompida para carros e ocupada por milhares de pessoas, a avenida que recebeu, em 1709, o nome do mítico paraíso grego despontou iluminada por cerca de 400 árvores que a pontuam, deixando-as com o formato de taças de vinho, numa divertida referência a outra marca consagrada do país. Não se trata de uma iluminação qualquer, mas de lâmpadas sustentáveis ecologicamente, que poderão ser usadas novamente em mais três a cinco temporadas. Até 9 de janeiro de 2022, elas se acenderão a partir das 17 horas até as 2, com exceção dos dias 24 e 31 de dezembro, quando ficarão acesas toda a noite. A esperança vem do fato de que a vida parece ressurgir nas ruas da França e de outros países europeus. Aos poucos, a rotina cotidiana está sendo retomada, com toda a cautela imposta pelo recrudescimento dos casos de infecção pelo novo coronavírus na União Europeia e em suas consequências ruins para a economia do bloco. Resta saber se a iluminação trará sabedoria aos governos para decidirem qual o melhor caminho a seguir.
Publicado em VEJA de 1 de dezembro de 2021, edição nº 2766