Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Armas prometidas estão quebradas ou não chegam à Ucrânia, diz governo

Contratos não cumpridos por empresas estatais do país e o envio de equipamentos precários pelos aliados ocidentais dificultam o desenrolar da contraofensiva

Por Da Redação
Atualizado em 20 jun 2023, 16h59 - Publicado em 20 jun 2023, 16h53

Uma investigação do jornal americano The New York Times revelou, na segunda-feira 19, que muitos dos armamentos prometidos por potências ocidentais à Ucrânia estão em péssimas condições, ou sequer chegam ao seu destino final. A situação é preocupante, já que Kiev iniciou uma contraofensiva para retomar o controle do território perdido para as tropas russas desde o início da guerra.

O Times teve acesso a documentos referentes a 2022 da administração do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que indicam que seu país pagou mais de US$ 800 milhões (cerca de R$ 3,8 bilhões) para fornecedores a partir da invasão russa. Os contratos, no entanto, não teriam sido cumpridos por completo, deixando um rombo no arsenal do país.

Apesar de alguns equipamentos terem sido entregues, parte do valor destinado à compra teria sido embolsado por corretores.

Em meio aos preparos para a contraofensiva que, de acordo com análises independentes, teria começado no início deste mês, o governo ucraniano teria investido centenas de milhões de dólares na compra de armas, incluindo negociações com empresas estatais. No entanto, segundo os documentos, não recebeu o conteúdo completo.

+ Pilotos ucranianos pegam trem ao Reino Unido para treinamento de caças

“Tivemos casos em que pagamos dinheiro e não recebemos”, disse Volodymyr Havrylov, vice-ministro da Defesa, em uma entrevista recente.

Continua após a publicidade

Nos últimos meses, o Ministério da Defesa da Ucrânia processou ao menos duas dessas empresas estatais por não cumprirem com os acordos, ao passo que Kiev comunicou que faria reformas nessas instituições para que fossem mais eficientes.

Prometendo apoio na luta contra Putin, países ocidentais também adquiriram equipamentos bélicos para o país invadido. Só na semana passada, os Estados Unidos destinaram US$ 40 bilhões (R$ 191,6 bilhões) em apoio militar, humanitário e financeiro para Kiev. A ação americana foi acompanhada, ainda, por mais dezenas de bilhões dos países europeus.

Mesmo com o intenso despacho de dispositivos modernos, como os sistemas de defesa aérea americanos, parte dos armamentos enviados precisavam de manutenções e revisões externas. Como consequência, cerca de 30% do arsenal ucraniano está em reparos, um índice considerado alto.

+ Ucrânia só atende a 2 dos 7 requisitos para aderir à União Europeia

Entre as remessas que com problemas estão 33 obuses autopropulsados, um tipo de canhão, que foram doados pela Itália. Vídeos registram o momento em que um dos maquinários começa a liberar fumaça, enquanto outro apresenta um vazamento.

Continua após a publicidade

Em resposta, o Ministério da Defesa italiano alegou que Kiev pediu que os equipamentos fossem enviados mesmo com defeito, “para serem revisados ​​e colocados em operação, dada a necessidade urgente de meios para enfrentar a agressão russa”.

Ainda de acordo com documentos do governo, o Ministério da Defesa do país pagou US$ 19,8 milhões (R$ 94,8 milhões) a uma empresa de armas americana, a Ultra Defense Corporation, para reparar os 33 obuses. Em janeiro, 13 desses dispositivos retornaram aos soldados ucranianos, mas em estados “inadequados para missões de combate”.

A corporação nega as acusações e afirma que “todos funcionaram” antes de chegarem em solo ucraniano. O incidente é investigado pelo Pentágono, segundo o Times.

Autoridades ucranianas, contudo, têm evitado expressar descontentamento com o envio de armamentos precários, em um tenso jogo de cintura para não constranger seus doadores.

“Houve problemas de qualidade para alguns dos obuses, mas temos que ter em mente que foi um presente”, disse Havrylov.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.