Argentina tem novo protesto contra o governo Kirchner
Manifestação ocorre às vésperas de primárias e depois de tragédia em Rosário
Às vésperas das primárias para as eleições legislativas na Argentina uma nova manifestação contra o governo de Cristina Kirchner, tendo como principais reclamações a corrupção, a insegurança, a inflação e as reformas no Judiciário aprovadas sob pressão do Executivo. Houve protestos nos principais pontos da capital, como a Praça de Maio e o Obelisco, em frente à residência oficial de Olivos, na Grande Buenos Aires, e também em La Plata e outras províncias.
A referência ao papa Francisco foi constante, com cartazes mencionando o pontífice de origem argentina. “Temos um papa argentino, queremos um governo argentino”, dizia uma das mensagens. Outra trazia uma imagem do ex-cardeal de Buenos Aires com a frase: “Paz e Justiça”. Também houve panelaço em frente à Casa Rosada.
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Explosão – Na Praça de Maio, foi feito um minuto de silêncio em homenagem às vítimas da explosão em Rosário, que deixou pelo menos treze mortos – vítimas ainda estão sendo buscadas sob os escombros e há feridos em estado grave. Um dos organizadores do protesto assinalou que o 8A (uma referência à data) “não é uma festa, por isso não teria de ser suspenso”, informou o jornal La Nación.
Na quarta, a presidente visitou o local da tragédia e foi vaiada. “Não faça política com a dor alheia”, gritaram pessoas que aguardavam informações sobre familiares. Outros exigiam que ela deixasse as equipes de resgate trabalhar, já que sua presença obrigou uma interrupção momentânea da remoção dos destroços.
A situação foi semelhante à vivida por Cristina Kirchner em abril, quando visitou La Plata durante as inundações que deixaram dezenas de mortos. Nesta quinta, manifestantes se concentraram em frente ao Palácio Municipal da cidade, com cartazes relembrando o problema com as enchentes e criticando a falta de informação sobre o número de mortos e atingidos pelas fortes chuvas.
Candidatos – O luto pelas vítimas de Rosário diminuiu o número de participantes nas manifestações, em comparação com mobilizações anteriores contra o governo. Também desta vez, a participação de dirigentes políticos foi pequena. Muitos candidatos a deputado e senador se manifestaram pelas redes sociais para falar sobre a campanha, sem fazer referência aos protestos.