Militantes islâmicos atacaram e ocuparam um campo de gás na Argélia, matando um britânico e um argelino e fazendo reféns funcionários estrangeiros. Entre os reféns estariam cidadãos noruegueses, franceses, britânicos, americanos e japoneses. Segundo o ministro do Interior da Argélia, Daho Ould Kabila, os sequestradores queriam deixar o país com os reféns, o que não foi autorizado.
O ataque foi reivindicado por militantes da Al Qaeda do Magreb Islâmico vindos do Mali, e ocorre depois de rebeldes islâmicos prometerem retaliar a intervenção militar da França no Mali. As tropas francesas operam desde sexta-feira no Mali para impedir uma ofensiva de grupos islamitas armados ligados à Al Qaeda. A Argélia liberou seu espaço aéreo para a França durante a intervenção militar no Mali.
O número de reféns difere de acordo com a fonte. Um porta-voz do grupo que reivindicou a autoria do ataque disse a uma agência de notícias da Mauritânia que havia 41 pessoas em poder dos militantes. Mas o Serviço de Imprensa da Argélia afirmou que pouco mais de 20 estrangeiros estariam em poder do grupo.
A agência de notícias France-Presse, citando um funcionário, informou que os militantes haviam exigido a libertação de 100 prisioneiros islâmicos. Eles também estariam exigindo que a França coloque fim à operação militar no Mali.
A usina fica na região de In Amenas, perto da fronteira com a Líbia, e é operado por uma joint venture que inclui British Petroleum (BP), a Statoil, da Noruega, e a Sonatrach, estatal argelina. O grupo petroleiro britânico BP confirmou que um “incidente de segurança” havia sido registrado na manhã desta quarta-feira. “Podemos confirmar que houve um incidente ligado à segurança esta manhã no campo de gás de In Amenas, no centro-leste da Argélia, próximo da fronteira com a Líbia, a cerca de 1.300 quilômetros de Argel”, indicou a empresa em um comunicado.
“Um grupo terrorista fortemente armado e usando três veículos lançou um ataque às 5h desta quarta-feira contra uma base da Sonatrach em Tigantourine, perto de In Amenas, a cerca de 100km da fronteira com a Líbia”, disse o ministro Kablia. Segundo ele, os militantes primeiro atacaram um ônibus que levava funcionários e só depois entraram nas instalações da usina.
Um combatente contatado pela agência France-Presse afirmou que os agressores são membros da Al Qaeda, vindos do Mali. “Somos membros da Al Qaeda e viemos do norte do Mali. Pertencemos à brigada Khaled Aboul Abbas, liderada por Mokhtar Belmokhtar”, afirmou, lembrando que Belmokhtar “havia ameaçado responder a qualquer intervenção militar no Mali”.
(Com agências Reuters e France-Presse)