A agência estatal argelina APS informou nesta sexta-feira que doze reféns morreram desde o início da operação do Exército contra terroristas que sequestraram centenas de trabalhadores de um campo de exploração de gás. De acordo com a notícia, há argelinos e estrangeiros entre os mortos, citando uma fonte da segurança do país, que não foi identificada.
A APS afirmou ainda que dezoito terroristas foram neutralizados e ressaltou que os números são “provisórios”. O número de reféns ainda em poder dos sequestradores não foi informado. Anteriormente, a estatal havia divulgado que cerca de 650 reféns foram libertados pelas forças do país, incluindo 100 estrangeiros. Dezenas ainda estariam em poder dos terroristas islâmicos.
Nesta quinta, a agência Reuters havia afirmado, citando uma fonte não identificada da segurança argelina, que 30 reféns foram mortos durante a intervenção. Sete eram estrangeiros. A agência também afirmou que 11 terroristas morreram.
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De acordo com a rede BBC, pelo menos quatro funcionários da usina morreram quando as tropas atacaram os sequestradores na quinta-feira. Aqueles que ainda estão presos no local buscam pontos seguros para se refugiar dentro do complexo, de acordo com fontes de segurança. As instalações de gás foram desativadas para evitar riscos de explosão.
França – O ministro de Relações Exteriores da França, Laurent Fabius, disse nesta sexta que um francês foi morto durante a operação. “As autoridades da Argélia acabaram de nos informar que um de nossos compatriotas, Yann Desjeux, infelizmente perdeu a vida durante a operação para libertar reféns”, disse o ministro, em um comunicado. “As vidas de outros três de nossos compatriotas que estavam no local durante o ataque terrorista foram salvas”, completou.
Entre os reféns que ainda estão presos, há americanos. O governo dos Estados Unidos anunciou que não haverá negociação. “Os Estados Unidos não negociam com terroristas”, disse a porta-voz do departamento de Estado, Victoria Nuland, quando consultada sobre a proposta feita pelos sequestradores de libertar os reféns em troca de islamitas detidos nos EUA.
A agência de notícias mauritana ANI informou que o chefe do sequestro, o jihadista Moktar Belmoktar, propôs a troca de reféns por islamitas acusados de terrorismo presos nos Estados Unidos, entre eles o egípcio Omar Abdel Rahman e a cientista paquistanesa Aafia Sidiqui. Omar Abdel-Rahman, conhecido como ‘o xeque cego’, foi condenado à prisão perpétua nos Estados Unidos em 1995 por planejar ataques contra novaiorquinos e tentar assassinar o ex-presidente egípcio Hosni Mubarak. Aafia Siddiqui é uma cientista paquistanesa que foi presa por ter tentado atacar soldados americanos em 2008 no Afeganistão, enquanto era detida por suas ligações com a Al Qaeda.
Atentado – A crise na Argélia teve início na quarta-feira, quando militantes islâmicos fizeram reféns no campo operado por uma joint venture que inclui British Petroleum (BP), a Statoil, da Noruega, e a Sonatrach, estatal argelina. O grupo terrorista afirmou que o ataque é uma retaliação à intervenção militar francesa no Mali. O presidente francês, François Hollande, considerou que a situação na Argélia justifica ainda mais a decisão de seu governo de intervir militarmente no território malinês.
(Com agências Reuters e EFE)