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Após tiroteio em escola, EUA propõem lei de armas fadada ao fracasso

Projeto da Câmara dos Estados Unidos restringiria a venda de armas para menores de 21, mas tem poucas chances de ser aprovado pelo Senado

Por Da Redação
Atualizado em 9 jun 2022, 14h07 - Publicado em 9 jun 2022, 13h41

A Câmara dos deputados dos Estados Unidos aprovou um projeto de lei nesta quarta-feira 8, que restringe a venda de armas, após um massacre em uma escola no Texas que comoveu o país. Mas a medida tem poucas chances de ser sancionada. 

+ Por que os EUA têm tantos tiroteios em massa?

O ataque na escola primária de Uvalde, que custou a vida de 21 pessoas, incluindo 19 crianças, e outros assassinatos em massa recentes nos Estados Unidos desencadearam uma nova rodada de negociações no Congresso nacional sobre controle de armas.

A chamada “Lei de Proteção às Nossas Crianças” foi aprovada na Câmara, por 223 a 204 votos. O amplo pacote legislativo impediria a venda de armas semiautomáticas para menores de 21 anos e proibiria pentes de munição de grande capacidade. Além disso, a proposta fortaleceria regulamentos já existentes sobre a posse de armas de fogo caseiras e outros equipamentos bélicos.

No entanto, as medidas encontrarão dificuldade de serem aprovadas pela maioria no Senado, que está dividido entre apoiadores do projeto e conservadores republicanos que querem proteger o direito constitucional de portar armas.

Durante um debate sobre o projeto de lei no Congresso, a presidente da Câmara, a democrata Nancy Pelosi, fez um apelo aos legisladores pela aprovação da regulamentação.

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“Os Estados Unidos perderam mais crianças por violência armada do que qualquer outra causa. Isso não os envergonha?”, disse Pelosi.

Horas antes da votação da proposta, os sobreviventes do tiroteio na escola de Uvalde deram depoimentos emocionados aos legisladores. Em um relato gravado apresentado na audiência, uma menina de 11 anos disse que espalhou o sangue de seu colega em si mesma para se fingir de morta e descreveu graficamente o momento em que o atirador atirou na cabeça de seu professor.

Apesar de assumirem preocupação com os massacres, membros do Partido Republicano na Câmara alegaram que o projeto era um ataque aos direitos constitucionais dos cidadãos de possuir uma arma de fogo. De acordo com o congressista Jim Jordan, a proposta, em vez de proteger os filhos dos estadunidenses, “retira os direitos da segunda emenda, direitos concedidos por Deus, protegidos por nossa Constituição de cidadãos americanos cumpridores da lei”.

O senador do Texas John Cornyn alertou que há “pontos de discórdia em todos os lugares” do Legislativo. Dos 50 senadores republicanos, apenas uma minoria parece aberta a uma nova legislação sobre armas, enquanto a maioria do Partido Democrata, do presidente Joe Biden, está buscando medidas mais restritas sobre a agenda.

+ Biden ataca fabricantes de armas após tiroteio em escola no Texas

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Uma série de regulamentações sobre armamento têm sido bloqueadas pelo Senado desde 2019. Alguns democratas disseram ter esperança de um consenso bipartidário sobre as propostas agora, já que pesquisas mostram que as medidas têm apoio esmagador entre a população.

+ O emocionado relato do ator Matthew McConaughey sobre massacre no Texas

Nesta quinta-feira, 9, mais de 220 dirigentes de grandes empresas pediram ao Senado que “tome medidas imediatas” para reduzir a violência armada após a recente onda de mortes a tiros. “A epidemia de violência armada representa uma crise de saúde pública que continua a devastar comunidades – especialmente comunidades negras e pardas – e prejudicar nossa economia nacional”, escreveram os líderes empresariais.

Estão em andamento no Senado projetos mais moderados que podem ganhar o apoio de republicanos suficientes para ultrapassar o limite de 60 votos exigidos. Entre as propostas com maior tendência de aprovação, está uma lei de “bandeira vermelha” que impediria indivíduos com doenças mentais ou antecedentes criminais de comprar armas de fogo. Os senadores devem chegar a um acordo até o final da semana.

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