Após dois meses de quarentena, papa celebra primeira missa para fiéis
Vaticano reabre Basílica de São Pedro e seus museus, seguindo as medidas de distância entre as pessoas; bloquei gerou crise nos cofres da Santa Sé
O papa Francisco celebrou nesta segunda-feira, 18, a primeira missa com a presença de fiéis após mais de dois meses. A cerimônia foi dedicada aos 100 anos do nascimento de João Paulo II e se deu na capela da Casa Santa Marta, residência oficial do líder da Igreja Católica. Foi a última missa do papa a ser transmitida ao vivo pela internet.
Cerca de 30 pessoas acompanharam a celebração, sentadas nos bancos a 1,5 metro de distância umas das outras, conforme orientam as normas do governo da Itália. Algumas, no entanto, não usavam máscaras e luvas, apesar dos itens serem obrigatórios dentro de templos.
Contrariando a proibição vigente na Itália, um pequeno coral de religiosos participou da missa, com todos os integrantes distantes entre si. Na homília dedicada ao polonês Karol Jozef Wojtyla, que liderou a Igreja Católica por 26 anos – de 1978, até sua morte, em 2005, Francisco mencionou os traços do “bom pastor” que enxerga no homenageado, que são a oração, a proximidade com as pessoas e o amor à justiça.
Também nesta segunda-feira, o Vaticano reabriu para visitantes a Basílica de São Pedro, que é considerada um marco do catolicismo e uma das obras cristãs mais visitadas do mundo. O templo ficou fechado durante 69 dias por causa da pandemia da Covid-19, doença respiratória provocada pelo novo coronavírus.
A igreja foi fechada para fiéis e turistas em 10 de março, quando o governo da Itália decretou a paralisação de atividades, o que incluía o funcionamento de igrejas para público externo. Desde então, apenas os ritos da Semana Santa aconteceram na basílica, com as presenças apenas do papa e de lguns auxiliares.
Desde as primeiras horas da manhã, uma grande fila se formou com fiéis e turistas aguardando para visitar o templo. A Guarda Suíça será responsável por organizar a entrada de pessoas na basílica, com ajuda de voluntários da Ordem de Malta.
Na quarta-feira 13, o Vaticano confirmou que está passando por uma grave crise financeira, agravada pelos bloqueios para conter a pandemia, e terá que aplicar ajustes orçamentários. Contudo, negou risco de falência.
Desde que o bloqueio nacional foi imposto em toda a Itália, os Museus do Vaticano, que em 2015 geraram 80 milhões de euros (500 milhões de reais) e são os maiores geradores de renda do Vaticano, foram fechados. Nesta segunda-feira, 18, começaram a ser reabertos lentamente, ainda com muitas restrições – como limites para a quantidade de visitantes.
Os turistas praticamente deixaram de visitar o Vaticano, o que significa que todas as atividades comerciais, incluindo venda de lembranças e hospitalidade corporativa, sofreram um impacto econômico. Também é improvável que muitos turistas retornem ao Vaticano até algumas semanas ou meses após a suspensão do bloqueio. A região prevê queda de até 45% nas receitas.
(Com EFE)