Após dois casos da ômicron, China testa cidade de 14 milhões de habitantes
Anúncio se dá em meio às preocupações e restrições ligadas aos Jogos Olímpicos de Inverno, que começam em fevereiro em Pequim
A cidade de Tianjin, no nordeste da China, deu início neste domingo, 9, a uma campanha em massa de testes em seus quase 14 milhões de habitantes, após detectar ao menos dois contágios locais da variante ômicron do coronavírus, os primeiros casos registrados na parte continental do país.
Segundo as autoridades locais, os dois casos estão relacionados e são parte dos últimos 20 contágios locais detectados na cidade, todo em um mesmo distrito, o que aumenta a probabilidade de mais casos serem identificados com a testagem em massa.
A cidade, a pouco mais de 100 quilômetros de Pequim, confinou as 29 zonas residenciais, fechamento parcialmente as linhas de metrô e cancelando ao menos 144 voos do aeroporto de Binhai.
O anúncio se dá em meio às preocupações com os Jogos Olímpicos de Inverno, que começam em fevereiro em Pequim. Na última semana, a capital iniciou a “bolha” de zero contaminação de Covid-19 para evitar surtos da doença durante o evento. Desde o último dia 4, milhares de funcionários – voluntários, cozinheiros, motoristas e faxineiros – entraram em isolamento no chamado “circuito fechado”, sem acesso físico com o mundo exterior.
Em meados de dezembro, Tianjin se tornou a primeira cidade chinesa a registrar um caso do ômicron, rastreado até uma pessoa que chegou à cidade vinda do exterior. A diferença em relação à situação atual é que os infectados não haviam saído da cidade nas últimas duas semanas.
Ao jornal oficial Global Times, o epidemiologista Zhang Wenhong rejeitou afirmações de que a variante ômicron pode ser considerada menos agressiva que outras migrações e afirmou que o mundo só deveria reabrir quando existir uma “barreira imunológica forte”e as taxas de mortalidade forem “muito baixas”. A China mantém suas fronteiras praticamente fechadas desde março de 2020.
Nesta semana, o chefe da equipe chinesa de especialistas no combate à Covid, Zhong Nanshan, considerou que o país já alcançou “imunidade de rebanho”, após mais de 83% da população atingirem esquema vacinal completo.
Ao todo, desde o início da pandemia, a China soma cerca de 103 mil casos de Covid, incluindo 4.636 mortes.