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Ao lado de Bolsonaro, Piñera defende soberania do Brasil sobre Amazônia

‘O Brasil não tem preço’, disse presidente brasileiro sobre doação do G7 para combate de incêndios

Por Julia Braun Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 28 ago 2019, 12h28 - Publicado em 28 ago 2019, 10h56

Após um encontro com Jair Bolsonaro em Brasília nesta quarta-feira, 28, o presidente do Chile, Sebastián Piñera, defendeu a soberania do Brasil sobre a Amazônia e afirmou que “cada país sabe qual colaboração quer receber e qual não quer receber”.

Piñera foi recebido por Bolsonaro no Palácio da Alvorada, em uma reunião privada. Ele chegou a Brasília vindo da França, onde participou como convidado da reunião de cúpula do G7, que ofereceu uma ajuda de 20 milhões de dólares aos países amazônicos para o combate aos incêndios.

O chileno foi convocado pelo presidente da França, Emmanuel Macron, para servir como mediador entre os sul-americanos que englobam a Amazônia e as sete grandes economias do mundo.

Em um pronunciamento à imprensa após a reunião com Bolsonaro, Piñera reforçou seu comprometimento com a soberania dos países da região e anunciou o envio de quatro aviões do Chile para ajudar a combater as queimadas.

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A Amazônia ““é um verdadeiro paraíso da biodiversidade e uma fábrica de oxigênio”, disse. “Mas os países amazônicos, que são nove, entre os quais o mais importante em tamanho é o Brasil, têm soberania sobre a Amazônia. Temos de reconhecer isso sempre.”

“O Chile está muito feliz de poder colaborar e de poder organizar a colaboração de outros países que também queiram ajudar, mas sempre respeitando a soberania do Brasil e o presidente do Brasil”, afirmou ainda.

No último dia da reunião do G7 em Biarritz, Macron deu a entender que considera a possibilidade de definir um “status internacional” para a Amazônia, caso os líderes da região tomem decisões prejudiciais ao planeta. Suas declarações enfureceram o governo brasileiro.

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Questionado se considerava a ajuda de 20 milhões de dólares oferecida pelo G7 aos países amazônicos bem-vinda, Piñera afirmou que “cada país sabe qual colaboração quer receber e qual não quer receber”.

O Brasil recusou a proposta de doação oferecida pelo grupo. Na terça, Bolsonaro condicionou uma eventual análise da ajuda a um gesto do francês Emmanuel Macron para “retirar os insultos” que o brasileiro reputa a seu colega europeu.

Na última sexta-feira, Macron afirmou que Bolsonaro mentiu sobre seus compromissos com o meio ambiente e anunciou que, sob essas condições, a França se oporia ao tratado de livre-comércio entre União Europeia e Mercosul. A relação entre os dois piorou depois que o brasileiro comentou, em tom de deboche, a publicação de um seguidor que comparava a beleza da primeira-dama da França, Brigitte Macron, à de Michelle Bolsonaro. “Não humilha kkkkk”, escreveu o presidente.

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‘O Brasil não tem preço’

Ao lado de Piñera, Bolsonaro reforçou sua posição sobre a doação do G7 e voltou a dizer que só aceitaria o dinheiro caso Emmanuel Macron se retratasse.

O presidente voltou a criticar Macron e disse que o líder francês aproveitou “para se capitalizar perante o mundo como aquela pessoa única e exclusiva interessada em proteger o meio ambiente”.

“Essa bandeira não é dele, é nossa, é do Chile, é de muitos países do mundo”, disse. “O Brasil lamenta a péssima imagem que foi potencializada pelo senhor Macron, inverídica sobre a nossa Amazônia.”

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Bolsonaro afirmou ainda que países europeus tentam “comprar” a soberania brasileira e que “o Brasil não tem preço”.

“Há pouco falei para vocês que a Alemanha e a França estavam comprando nossa soberania à prestação. Deixei bem claro isso aí e quando olham para o tamanho do Brasil, a oitava economia do mundo, parece que 20 milhões de dólares é o nosso preço. O Brasil não tem preço. Vinte milhões de dólares ou 20 trilhões é a mesma coisa para nós”, disse.

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O chefe de Estado, contudo, sinalizou que não fechou as portas para o recebimento de recursos e disse que o Brasil está aberto a receber doações, desde que bilateralmente.

Encontro de países amazônicos

Durante a coletiva desta manhã, Bolsonaro também anunciou um encontro dos países amazônicos em Letícia, na Colômbia, para discutir uma “política única” sobre a preservação do meio ambiente e regras para exploração na região.

A reunião está prevista para ocorrer no dia 6 de setembro. O presidente não especificou quais países vão participar do encontro, mas deixou claro que a Venezuela não foi convidada.

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