Aliado de Khamenei abandona candidatura presidencial
A quatro dias da eleição que apontará o sucessor de Mahmoud Ahmadinejad, restam apenas sete candidatos na restrita disputa da república islâmica
O ex-chefe do Parlamento iraniano Gholam Ali Haddad Adel anunciou nesta segunda-feira a retirada de sua candidatura à eleição presidencial marcada para a próxima sexta-feira. Aliado próximo do grã-aiatolá Ali Khamenei, ele disse ter abandonado a disputa para facilitar a vitória dos conservadores. Com sua saída, restam apenas sete candidatos na disputa: o Conselho dos Guardiães, que supervisiona a vida política do Irã, admitiu apenas oito das 686 candidaturas apresentadas. Com isso, o pleito é considerado o mais restrito da história da república islâmica desde sua implantação em 1979. Ele era um dos cinco conservadores – segundo o contexto iraniano – na disputa mas, apesar da proximidade com Khamenei, não era considerado favorito.
Haddad Adel fez um apelo aos eleitores para que escolham um dos candidatos alinhados ao regime, como o prefeito de Teerã, Mohamad Bagher Qalibaf, ou o ex-chanceler Ali Akbar Velayati. “Com a retirada da minha candidatura, eu peço ao estimado povo que observe estritamente o critério do líder supremo da revolução na hora de votar nos candidatos”, disse Hadad Adel na TV estatal. A saída do candidato ocorre no momento em que Hassan Rohanin e Mohamad Reza Aref negociam para que apenas um deles seja o candidato do campo reformista.
Linha dura – Um dos que teve sua candidatura admitida é o linha dura em ascensão Saeed Jalili, secretário do Conselho Supremo de Segurança Nacional e principal negociador do país em assunto nuclear – ele baseia sua campanha no fato de não ter cedido nas negociações. Se não bastasse, também defendeu em um comício recentemente que lugar de mulher é em casa, cuidando dos filhos, e não no mercado de trabalho. “A identidade central da mulher está na maternidade, e seu papel deve ser definido a partir dessa base, e não no contexto econômico”, disse Jalili a um público essencialmente feminino.
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Outro ‘recomendado’ por Haddad Adel é o ex-ministro das Relações Exteriores Velayati, acusado de envolvimento no atentado de 1994 contra um centro da comunidade judaica na Argentina, assim como outro candidato, Mohsen Rezaei, ex-chefe do Conselho de Guardiães.
O próprio Hassan Rohani, considerado relativamente moderado e que foi negociador nuclear do país entre 2003 e 2005, tem rejeitado em sua campanha as acusações de que não foi rígido o suficiente com as potências mundiais. Ele disse que o Irã expandiu o enriquecimento de urânio durante seu mandato.