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Alemanha coloca ala de partido de extrema direita sob vigilância policial

O terrorismo da extrema direita 'representa atualmente o principal perigo para a democracia' no país, afirmou serviço de inteligência

Por AFP
Atualizado em 12 mar 2020, 14h22 - Publicado em 12 mar 2020, 14h22
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  • O terrorismo da extrema direita “representa atualmente o principal perigo para a democracia” na Alemanha – afirmou o diretor do Serviço Interno de Inteligência, Thomas Haldenwang, nesta quinta-feira, 12.

    Depois de vários atentados cometidos no país por adeptos desta ideologia radical, Haldenwang anunciou que a ala mais radical do partido de extrema direita Alternativa para Alemanha (AfD), principal força da oposição na Câmara dos Deputados, ficará sob vigilância policial.

    “Hoje sabemos que as democracias podem fracassar quando seus inimigos a destroem por dentro. É uma advertência que nossa história nos envia”, completou Haldenwang. Ele apontou que, entre os simpatizantes do movimento de extrema direita mais radical do país, cerca de “13.000 pessoas estão dispostas à violência”.

    Conhecido como “A Ala”, o movimento é composto por algo em torno de 7.000 dos 35.000 afiliados ao partido. É liderado por Björn Höcke, um político da região da Turíngia. Há algumas semanas, ele se viu no centro de uma polêmica ao tentar uma aliança com a direita moderada da chanceler Angela Merkel.

    Neste contexto, o Serviço Interno de Inteligência e a Agência de Proteção da Constituição anunciou uma vigilância policial da ala radical do partido AfD. Na Alemanha, apenas as organizações mais extremas, consideradas um perigo potencial para o Estado, são colocadas sob controle policial.

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    ‘Monumento à vergonha’

    Höcke, de 47 anos, e seus seguidores rejeitam a cultura do arrependimento pelos crimes nazistas. No passado, classificou o Memorial do Holocausto erguido em Berlim de “monumento à vergonha”.

    Com frequência, a AfD afirma que existe uma ameaça de que a população alemã autóctone possa ser “substituída” pelos imigrantes.

    O serviço de Inteligência informou ter constatado que “A Ala” e seus líderes podem ser classificados como “extremistas” e que “questionaram” em seus discursos e ações “símbolos fortes do regime democrático” alemão, além da “dignidade humana e do Estado de direito”.

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    No Twitter, a AfD denunciou uma “instrumentalização política”.

    Esta medida policial surge em um momento de aumento do terrorismo de extrema direita, com três ataques cometidos em menos de um ano.

    Em junho de 2019, um político do partido conservador da chanceler Angela Merkel, que defendia os direitos dos imigrantes, recebeu um tiro à queima-roupa em sua residência perto de Cassel, no estado de Hesse. O disparo foi dado por um suposto militante de extrema direita.

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    No outono passado (no Hemisfério Norte), um “lobo solitário” antissemita, que teria se radicalizado pela Internet, tentou cometer um massacre em uma sinagoga de Halle, na Saxônia, matando duas pessoas.

    Em fevereiro passado, em Hanau, um atirador racista matou nove pessoas, todas elas de origem estrangeira. O crime chocou o país.

    Robert Habeck, dirigente do partido Os Verdes, pediu nesta quinta que “se ponha toda a AfD sob vigilância policial”, e não apenas os elementos radicais. A extrema direita conta, sobretudo, com membros e eleitores da extinta RDA. Em nível nacional, tem hoje 14% das intenções de voto.

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