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AIEA confirma que os núcleos de três reatores estão danificados em Fukushima I

Declaração do órgão da ONU indica que já não há um prenúncio de tragédia: a catástrofe radioativa já está em curso

Por Da Redação
16 mar 2011, 16h05

Os núcleos de três dos seis reatores da usina de Fukushima I, no Japão, estão danificados, admitiu nesta quarta-feira a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) da Organização das Nações Unidas (ONU). Isso significa que a parte central dos reatores, aquela que contém o combustível nuclear (que pode ser urânio ou plutônio), foi atingida e tem mais chances de vazar o material radioativo. Além disso, o nível de radiação perto da usina aumentou consideravelmente e deve afetar o trabalho dos operários que tentam solucionar o problema de resfriamento dos reatores. “As doses (de radiação) que estão recebendo são potenciamente letais em um breve período de tempo”, afirma o presidente da Autoridade de Regulação Nuclear americana, Gregory Jaczko.

“A situação é… muito séria”, disse Yukiya Amano, diretor-geral da agência de fiscalização nuclear da ONU, que prepara-se para viajar ao país na próxima quinta para avaliar e ajudar a gerir a crise nuclear no país, provocada por um terremoto que abalou o sistema de resfriamento da usina Fukushima na última sexta-feira. A maior fonte de radiação nesse momento ocorre no reator 4, que estava desligado no momento do terremoto. O problema é que a piscina de armazenamento de combustível usada nesse reator não tem mais água, o que gera níveis de radiação “extremamente altos”.

Novos incidentes seguem complicando a situação da usina nuclear do Japão. Três explosões e dois incêndios ocorreram em quatro dos seis reatores de Fukushima I. Um helicóptero militar chegou a ser acionado e partiu da cidade vizinha de Sendai para jogar água do mar sobre o reator 3, maior foco de preocupação, numa nova tentativa de resfriá-lo. Não conseguiu: os níveis de radioatividade eram tão grandes que a operação teve de ser cancelada, e o helicóptero precisou voltar.

Gravidade – O reator 3 é o que melhor ilustra a gravidade do problema em Fukushima. Sua estrutura de proteção externa foi danificada e seu núcleo se fundiu parcialmente, o que aumenta a chance de vazamento radioativo. Algo similar acontece com os reatores 1 e 2, mas como o reator 3 funciona à base de plutônio, mais danoso à saúde humana, a ele se dirigiram os maiores esforços. As autoridades japonesas temem ainda que o problema possa contaminar o reator 4, vizinho dos outros três, que estava desligado na ocasião do terremoto, mas já enfrentou complicações como incêndios e a falta de água na piscina de armazenamento do combustível.

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Em entrevista coletiva, o porta-voz do governo, Yukio Edano, anunciou nesta quarta-feira que o nível de radiação medido fora da zona de segurança – um raio de 20 quilômetros ao redor da central nuclear – “não representa um risco imediato para a saúde”. Em outra categoria está a área que fica entre 20 e 30 quilômetros da usina. Nesse perímetro, em que os moradores foram orientados a permanecer em suas casas e com as janelas fechadas, Edano afirma que a radioatividade ainda “não tem efeito prejudicial direto”. Ainda assim, quem está ali ainda não pode sair. Dentro da zona de 20 quilômetros, não haveria como escapar da contaminação.

Contudo, alguns países, como a França, chegaram a recomendar, nesta quarta, que seus cidadãos fiquem a 240 quilômetros da área da usina. Os Estados Unidos proibiram seus soldados, no Japão em missão de socorro, de se aproximar mais que 80 quilômetros da região sem uma autorização especial. Até mesmo os 50 funcionários da usina foram obrigados a recuar por algumas horas na manhã desta quarta.

Arte VEJA

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