Agência da ONU e Irã falham em nova tentativa de acordo
Herman Nackaerts, subdiretor-geral da AIEA, afirmou que as partes seguem interessadas em negociar. Novo encontro está marcado para o final deste mês
A agência de fiscalização nuclear da ONU informou, nesta quinta-feira, que mais uma vez não conseguiu chegar a um acordo nas negociações com o Irã para investigar o suposto trabalho de pesquisa para bombas atômicas no país. A derrota imposta aos inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), que participaram das discussões em Teerã, representa um novo revés nos esforços internacionais para resolver a disputa de uma década sobre o controverso programa nuclear iraniano.
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O encontro desta quarta-feira precede uma reunião maior entre o Irã e seis potências mundiais, agendado para 26 de fevereiro no Cazaquistão. Para grande parte da comunidade internacional, o programa nuclear iraniano é suspeito de ter fins não pacíficos. Já o Irã assegura que enriquece urânio até uma pureza de 5% para a produção de eletricidade, ou até 20% para alimentar um reator de pesquisa médica. Mas as grandes potências temem que o país pode enriquecer até 90%, o nível necessário para fazer uma arma nuclear.
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Herman Nackaerts, subdiretor-geral da AIEA, disse a repórteres após o retorno de sua equipe a Viena que a agência da ONU está comprometida a continuar negociando, mas que precisa de mais tempo para refletir sobre como avançar. Os dois lados “não conseguiram finalizar o documento”, disse ele, acrescentando que não há data marcada para um novo encontro.
O programa nuclear iraniano é alvo de uma série de sanções internacionais nas áreas econômica, comercial e financeira, além de militar. Em janeiro, o ministro do Petróleo do Irã, Rostam Qasemi, admitiu pela primeira vez que as exportações de petróleo caíram 40% devido às sanções do Ocidente.
As preocupações sobre o programa nuclear iraniano aumentaram depois de a Coreia do Norte ter anunciado a realização do terceiro teste nuclear de sua história, nesta terça-feira. Acredita-se que os dois países compartilham conhecimento nuclear.
(Com agência Reuters)