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Aeroporto de Berlim: Já não se fazem alemães como antigamente

Previsto para 2011, aeroporto em Berlim só ficará pronto em 2020. Talvez.

Por Julia Braun e Solly Boussidan
Atualizado em 9 dez 2017, 20h48 - Publicado em 8 dez 2017, 23h47

O novo aeroporto da cidade de Berlim, cuja inauguração estava prevista para 2011, deve ter sua entrega adiada mais uma vez, segundo informações da revista alemã Der Spiegel. A abertura do Aeroporto Willy Brandt de Berlim-Brandemburgo (ou BER, como é comumente chamado) pode ocorrer somente em 2020 com base em um plano emergencial no qual um terminal provisório, apelidado de T1E e sem grandes ambições técnicas ou arquitetônicas, entraria em funcionamento independentemente da resolução de problemas no terminal principal.

O plano original era substituir os dois atuais aeroportos da cidade, Tegel e Schönefeld, por um grande e moderno aeroporto internacional, que fosse o novo cartão de visitas da Alemanha moderna. Em vez disso, o BER tornou-se motivo de vergonha e chacota nacional. Os antigos aeroportos são pequenos e ultrapassados. Tegel, que mais lembra uma estação rodoviária, deveria ser fechado na inauguração do BER. Já se cogita, no entanto, mantê-lo aberto. O motivo para a meia-volta é explicado em parte pelo fato de viajantes gostarem de Tegel: o aeroporto é central e suas dimensões reduzidas o tornam prático. Outro fator que pode pesar na decisão é que o Willy Brandt deve ser inaugurado com capacidade inferior ao número de passageiros que passam anualmente pelos terminais aéreos da capital alemã e que aumentou significativamente entre a data original prevista para a inauguração e os quase dez anos de atrasos nas obras.

A lista de defeitos do novo aeroporto de Berlim poderia ser o pior pesadelo de qualquer engenheiro: erros em “detalhes” como o espaçamento entre os degraus de escadas rolantes e no vão entre portas e pisos de elevadores, problemas no fluxo interno do ar que obrigam o aeroporto a manter trens circulando vazios em seu subsolo para evitar mofo pelo excesso de umidade, além de um sistema de exaustão de fumaça que simplesmente não funcionava. Ao todo, mais de 150.000 erros de construção tiveram de ser corrigidos até aqui. Segundo a imprensa alemã, os custos do Willy Brandt já superaram em 5 bilhões de euros o previsto no orçamento inicial e a manutenção do aeroporto fechado consome 20 milhões de euros mensalmente.

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Seis datas de inauguração foram estipuladas até agora –outubro de 2011, junho de 2012, março de 2013, outubro de 2013 e junho de 2017–, mas nenhuma vingou. Uma cerimônia de abertura foi marcada para uma data desconhecida de 2018 e, mais uma vez, deve ser cancelada.

O terminal principal do aeroporto é o que sofre com mais problemas. Apesar de estrutura já estar pronta, até hoje os complexos sistemas de segurança e proteção contra incêndio não funcionam perfeitamente. Recentemente, a TÜV Rheinland, empresa responsável por inspecionar as estruturas de segurança, encontrou uma nova falha nos sistemas anti-fogo que já havia sido corrigida seis anos atrás.

A construção do T1E, o terminal emergencial, já está prevista mas ainda não foi iniciada. O Conselho Fiscal aprovou a obra, que deve custar outros 100 milhões de euros aos cofres da Alemanha. Patinho feio do aeroporto, o T1E pode acabar, no entanto, se provando a redenção do BER –além de prover um pequeno alívio na inquietação com o arranhão sofrido na imagem de eficiência dos alemães.

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