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Acordo de grãos da Ucrânia no Mar Negro é prorrogado por dois meses

Pacto foi estendido um dia antes de Rússia desistir do acordo por obstáculos às exportações de grãos e fertilizantes

Por Da Redação
17 Maio 2023, 17h58

Um dia antes da Rússia desistir do acordo de grãos, firmado com Ucrânia em julho do ano passado, por obstáculos às suas exportações, o pacto foi prorrogado por mais dois meses nesta quarta-feira, 17, em um passo considerado como “boas notícias para o mundo” pelo secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres. 

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, anunciou a extensão do acordo em um discurso televisionado. Posteriormente, a Rússia, Ucrânia e ONU confirmaram a prorrogação. O pacto expirava nesta quinta-feira, 18, e o fluxo de navios pelo corredor já havia parado nos últimos dias. 

A Ucrânia também saudou a prorrogação e o vice-primeiro-ministro ucraniano celebrou a extensão do pacto, porém enfatizou que ela deve funcionar de forma eficaz . Um funcionário do alto escalão ucraniano, no entanto, afirmou à agência de notícias Reuters que a Rússia não pode sabotar o acordo e deve parar de usar alimentos “como arma e chantagem”.

Nos 120 dias iniciais do acordo, tanto a ONU quanto a Turquia foram responsáveis por intermediar a negociação para ajudar a enfrentar a crise alimentar global agravada pela guerra na Ucrânia, um dos principais exportadores de grãos do mundo. Inicialmente, Moscou parecia não querer estender o pacto a menos que uma lista de demandas em relação às suas próprias exportações agrícolas fossem atendidas. 

+ Em passo inédito, Rússia e Ucrânia firmam acordo para desbloquear grãos

“Esta é uma chance de ajudar a garantir a segurança alimentar global, não em palavras, mas em ações. Em primeiro lugar, para ajudar os países mais necessitados”, disse o Ministério das Relações Exteriores da Rússia. “Nossa avaliação de princípios dos acordos de Istambul de 22 de julho de 2022 não mudou e as distorções em sua implementação devem ser corrigidas o mais rápido possível”. 

Embora as exportações russas de alimentos e fertilizantes não estejam sujeitas a sanções impostas pelo Ocidente, Moscou afirmou que as restrições a pagamentos, logística e seguro representam uma barreira aos embarques.

Segundo o embaixador da Rússia na ONU, Vassily Nebenzia, o acordo foi estendido porque a Rússia ainda não perdeu a esperança de que os problemas levantados sejam “resolvidos”.  Apesar das questões pendentes permanecerem, Guterres afirmou que os representantes da Rússia, Ucrânia, Turquia e da ONU ainda vão continuar a discuti-las. 

“Olhando para o futuro, esperamos que as exportações de alimentos e fertilizantes, incluindo amônia, da Federação Russa e da Ucrânia possam alcançar as cadeias de suprimentos globais com segurança e previsibilidade”, disse Guterres.

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+ Putin pede revisão de acordo de grãos com Ucrânia e critica Ocidente

No entanto, os Estados Unidos rejeitaram as queixas da Rússia e a embaixadora dos EUA na ONU, Linda Thomas-Greenfield, comentou na semana passada que a exportação de grão e fertilizantes continuam “nos mesmos níveis, se não mais, do que antes da invasão em grande escala”.

A prorrogação ajudou a reduzir os preços dos grãos e os contratos futuros de trigo e milho em Chicago caíram em cerca de 4%. Mais cedo na quarta-feira, o último navio remanescente registrado para viajar pelo corredor havia deixado um porto ucranianos. Desde 4 de maio, nenhuma nova embarcação tinha sido autorizada de acordo com  o Centro de Coordenação Conjunta (JCC), que inspecionam e implementam o acordo de exportação do Mar Negro. 

Cerca de 30,3 milhões de toneladas de grãos e alimentos foram exportados da Ucrânia sob o acordo do Mar Negro, incluindo 625 mil toneladas em embarcações do Programa Mundial de Alimentos para operações de ajuda no Afeganistão, Etiópia, Quênia, Somália e Iêmen.

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