Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Continua após publicidade

Putin pede revisão de acordo de grãos com Ucrânia e critica Ocidente

Segundo russo, entendimento estaria sendo burlado para favorecer países europeus, ao invés de países mais pobres, como previsto no texto

Por Da Redação 7 set 2022, 09h20

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou nesta quarta-feira, 7, que deseja discutir a reabertura de um acordo mediado pelas Nações Unidas que permite que a Ucrânia exporte seus grãos via Mar Negro, após acusar Kiev e o Ocidente de usar a medida para enganar países em desenvolvimento e Moscou.

Segundo o líder russo, o acordo estaria sendo usado para enviar grãos, fertilizantes e produtos relacionados à União Europeia e à Turquia, ao invés de países pobres, como previsto no texto. Sem um acordo, segundo ele, haveria uma “catástrofe humanitária sem precedentes“.

+ Rússia corta principal linha de gás da Europa até sanções serem derrubadas

“Me encontrei com líderes da União Africana, com líderes de países africanos, e prometi que faria tudo o possível para garantir seus interesses e facilitar a exportação de grãos ucranianos”, disse Putin a um fórum econômico em Vladivostok, no extremo leste russo.

Se envios para a Turquia como um país intermediário foram excluídos, segundo o presidente russo, apenas 2 dos 87 passaram sob o Programa Mundial de Alimentos, vinculado à ONU, representando apenas 60.000 toneladas, ou 3% do total de 2 milhões de toneladas exportados até agora.

Segundo a ONU, 88 navios já saíram ou estão programados para sair da Ucrânia sob o acordo até o momento. Destes, dois foram navios do Programa Mundial de Alimentos: um com destino a Djibuti e outro para o Iêmen.

Continua após a publicidade

Do total de navios, a maior parte dos grãos, 368.407 toneladas, foi ou deve ser enviado à Turquia. Em torno de 757.697 toneladas no total estão listadas para membros da União Europeia, enquanto alguns envios também tenham como destino países incluindo China, Índia, Irã, Egito e Sudão.

+ Ucrânia sobe o tom em guerra que se arrasta há 6 meses, ainda sem solução

“Estamos honrando o acordo. Mas para que o Ocidente realmente nos enganou, e não só nós, mas também os países mais pobres cujos interesses foram o pretexto para fazer tudo isso”, afirmou.

O entendimento, mediado pelas Nações Unidas e pela Turquia em julho, criou um corredor de proteção para exportações via Mar Negro para grãos ucranianos, após Kiev perder acesso à principal rota de exportação quando a Rússia invadiu seu território, em 24 de fevereiro, e atacou por mar, terra e ar.

Segundo a Ucrânia, os termos do acordo estão sendo cumpridos corretamente e não há motivos para renegociá-lo.

Continua após a publicidade

As críticas feitas nesta quarta-feira, no entanto, levantam temores de que o pacto possa ser desfeito se não for renegociado com sucesso, o que colocaria pressão sobre o sistema alimentar global. A invasão da Ucrânia por Moscou e as sanções econômicas internacionais à Rússia interromperam o fornecimento de fertilizantes, trigo e outras commodities de ambos os países, elevando os preços de alimentos e combustíveis, especialmente nos países em desenvolvimento. Juntas, as nações em guerra produzem 30% do trigo do mundo.

+ O impacto dos 6 meses da guerra na Ucrânia em números, segundo a ONU

Antes da invasão em fevereiro, a Ucrânia era vista como a “cesta de pão do mundo”, exportando 4,5 milhões de toneladas de produtos agrícolas por mês em seus portos – 12% do trigo do planeta, 15% do milho e metade do óleo de girassol.

Isso fez com que os preços de produtos básicos disparassem. Pouco depois da invasão, o índice de preços de alimentos e agrícolas das Nações Unidas atingiu uma alta histórica de quase 160 pontos em março, antes de cair um pouco em abril, para 158,8. Preços de cereais e carnes também atingiram recordes em março: há um ano, o trigo era negociado na Bolsa de Chicago a 674 centavos de dólar por bushel e hoje alcança 1.242 centavos de dólar – quase o dobro –, impulsionado pela falta de oferta.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

a partir de 39,96/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.