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29 mulheres são presas no Irã por tirar o véu em público

Em movimento contra a obrigatoriedade islâmica do uso do véu, iranianas protestam em todo o país tirando o hijab e pendurando-o em uma vara

Por Da redação
Atualizado em 2 fev 2018, 18h53 - Publicado em 2 fev 2018, 17h01
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  • A polícia do Irã deteve quase trinta mulheres em Teerã por terem tirado o véu (chamado de hijab no mundo islâmico) em público para protestar contra o uso obrigatório desde a Revolução Islâmica de 1979, informaram vários veículos locais.

    Em todo o país mulheres têm protestado contra o uso do véu subindo em caixas de equipamentos de telecomunicações presentes em boa parte das cidades locais e expondo o véu pendurado em uma vara.

    “A polícia prendeu 29 pessoas que perturbaram a ordem social e as entregou à Justiça”, indicou em uma declaração à polícia de Teerã, publicada pelas agências de notícias Fars, Ilna e Tasnim, sem dar mais detalhes.

    Nos últimos dias, diversas fotos foram publicadas nas redes sociais, aparentemente tiradas em Teerã e outras cidades, de mulheres na rua com a cabeça descoberta e o véu pendendo em uma vara como desafio.

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    No Twitter, uma imagem compartilhada mostra uma mulher religiosa participando do protesto em solidariedade às mulheres que, ao contrário dela, não querem usar o véu.

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    Essas ações de protesto seguem o exemplo de uma mulher iraniana presa no fim de dezembro depois de ter escalado um mobiliário urbano em Teerã com a cabeça descoberta e seu véu amarrado à ponta de um cabo de vassoura.

    A jovem foi libertada após um mês de detenção, de acordo com o advogado Nasrin Sotudeh, que milita em favor dos direitos humanos no Irã.

    A lei vigente no Irã desde a Revolução Islâmica de 1979 exige que as mulheres saiam às ruas com um lenço sobre suas cabeças e seus corpos cobertos por roupas “modestas”, preferencialmente longas, mas que, no mínimo, cubram os joelhos, os ombros, o colo e o cotovelo.

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    O zelo da polícia –na realidade, dos basijis, a polícia religiosa do país — na aplicação desta lei, no entanto, diminuiu consideravelmente nos últimos anos. Um número crescente de mulheres em Teerã e outras grandes cidades do país exibe claramente seus cabelos.

    Em alguns bairros da capital podem-se ver, inclusive, mulheres ao volante e com o véu caído sobre os ombros.

    Com a aproximação do 39º aniversário da Revolução Islâmica, em 11 de fevereiro, alguns iranianos resolveram protestar contra essa campanha de libertação feminina postando nas redes sociais fotos da bandeira nacional.

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    Nesta semana, o procurador-geral da República Islâmica, Mohamad Yafar Montazeri, classificou o protesto de algumas mulheres contra a obrigatoriedade do uso do véu como algo “pueril”, minimizando sua importância.

    “É um caso insignificante, que não tem nada de preocupante”, afirmou, considerando que as manifestantes “agiram por ignorância e podem ter sido influenciadas por agentes do exterior”.

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    As autoridades acusam grupos de “contrarrevolucionários” fora do país de promover essa campanha contra o véu islâmico.

    De modo geral, as mulheres são bem representadas na classe política iraniana e estão cada vez mais atuantes na sociedade iraniana. São majoritárias entre os 4 milhões de estudantes do país de 80 milhões de habitantes e estão cada vez mais envolvidas nas atividades econômicas, principalmente no setor privado.

    O atual presidente, Hasan Rohani, um religioso moderado, defende uma maior abertura política e social do país, especialmente no que diz respeito ao vestuário.

    (Com AFP)

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