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Que Horas Ela Volta?

Um filme excelente de uma ótima diretora. Giro VEJA - quarta, 1º de maioEm ato em São Paulo, Lula se manifesta sobre impasse com o Congresso Em ato promovido por centrais sindicais em comemoração ao Dia do Trabalho, o presidente Lula afirmou que não haverá desoneração para favorecer os mais ricos e sim aqueles que […]

Por Isabela Boscov Atualizado em 11 jan 2017, 16h01 - Publicado em 31 ago 2015, 16h09
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  • Um filme excelente de uma ótima diretora.

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    Às vezes, quando um filme é realmente inteligente, ele oferece uma oportunidade única: a de colocar uma velha discussão sob uma luz completamente nova, tal a força com que a arranca do seu itinerário habitual.

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    É o que a diretora Anna Muylaert faz com a história da empregada Val (Regina Casé) em Que Horas Ela Volta?.

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    Val trabalha para na casa de Carlos e Barbara (Lourenço Mutarelli e Karine Teles), no bairro paulistano do Morumbi, desde que o  filho deles, Fabinho (Michel Joelsas) era pequeno. Val limpa, lava e passa; cozinha, serve e tira a mesa; sacode Carlos da cama quando ele está dormindo demais, leva o copo d’água até a mão de quem tem sede. Quando Fabinho precisa de um chamego, não é a mãe que ele procura; é Val. Val é de todos, e todos são de Val: no arranjo peculiar que vigora entre uma família brasileira e sua empregada, trabalho e afeto estão tão entrelaçados que não é difícil, a ambas as partes, acreditar que a empregada faz parte da família. É o que Barbara diz a Val quando esta pede para hospedar em seu quarto sua filha Jéssica (Camila Márdila), que foi criada por parentes em Pernambuco e está vindo prestar vestibular para a USP: claro que Val pode hospedá-la. Afinal, Val “é da família”. Jéssica, porém, não quer saber de assumir a identidade que a espera na casa dos patrões da mãe, de “filha da empregada” – e, à medida que ignora, despreza ou afronta as regras tácitas, vai desmascarando a natureza aparentemente cordial desse relacionamento: ninguém pode ser “da família” se o que se espera dessa pessoa é, ao fim e ao cabo, dependência e subserviência.

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    Da belíssima arquitetura do roteiro à interpretação calorosa de Regina Casé, no senso de humor e na maneira cheia de empatia com que abarca os muitos pontos de vista dessa ruptura, Anna Muylaert prova, mais uma vez, ser uma tremenda diretora: desde Durval Discos, que ela lançou em 2002, até É Proibido Fumar, Chamada a Cobrar e agora Que Horas Ela Volta?, tenho sempre a sensação, quando assisto a um filme dela, de que estou vendo algo profundamente pessoal e ao mesmo tempo exaustivamente depurado – sem complacência, sem autoindulgência, com preparo e com imensa disciplina e disposição para examinar o próprio trabalho.


    Trailer

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    Que Horas Ela Volta?
    Brasil, 2015
    Direção: Anna Muylaert
    Com Regina Casé, Karine Teles, Camila Márdila, Lourenço Mutarelli, Michel Joelsas, Helena Albergaria, Theo Werneck, Luiz Miranda
    Distribuição: Pandora Filmes
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