Montevidéu, 16 fev (EFE).- O presidente do Uruguai, José Mujica, mostrou seu apoio ao atacante Luis Suárez, do Liverpool, após a recente polêmica com o jogador francês Patrice Evra, por insultos racistas.
Em declarações exclusivas ao jornal semanário ‘Búsqueda’, do Uruguai, divulgadas nesta quinta-feira, Mujica opinou como ‘exagerado’ o escândalo gerado ao redor de Suárez, e afirma que o atleta ‘não tem nada de racista’.
O problema para o dirigente é ‘que alguns não entendem’ que o jogador uruguaio não estudou para ser ‘um diplomata de protocolo’, sustentou.
‘(Suárez) é um garoto genial nos gramados, humilde, que saiu da pobreza’, argumentou Mujica, que em mais de uma ocasião levou o jogador e todo o elenco da seleção nacional para jantar.
As declarações do dirigente vieram a tona depois que o capitão da seleção uruguaia e jogador do Paris Saint-Germain, Diego Lugano, compartilhou sua admiração e apoio ao atacante.
Em declarações para o Canal 10 da televisão uruguaia, Lugano destacou que Suárez ‘passou por alguns meses que não merecia’, com a suspensão imposta pela Federação Inglesa por seus supostos comentários racistas contra Evra, do Manchester United, e pela polêmica depois de o atacante se negar a cumprimentar o jogador no fim de semana passado.
‘É preciso levar em conta que a Inglaterra é um país historicamente colonial e o racismo é algo delicado, mas sabemos que não tem nada a ver com a relação entre Luis e este jogador do Manchester. É uma discussão do futebol que muito moralista falso e hipócrita aproveitou para dar uma lição’, expressou o capitão uruguaio, para quem Suárez é neste caso ‘o único inocente’.
Quanto a atitude do atacante em Old Trafford de se negar a cumprimentar Evra, que tantas críticas levantou no mundo todo, Lugano afirmou que todos os seus companheiros o ‘apoiam e admiram’ por isso.
‘Para fazer o que fez Luis no sábado é preciso ter culhões. Ele seguiu suas convicções. Vivemos em democracia e se não quiser cumprimentar alguém, não o cumprimente. Muito menos uma pessoa que te fez passar por momentos tão ruins’, concluiu. EFE