Brasília, 6 mar (EFE).- A Lei Geral da Copa do Mundo de 2014, um dos pontos principais da polêmica entre o Governo Federal e a Fifa, foi aprovada nesta terça-feira pela Comissão da Câmara dos Deputados criada para analisar o projeto.
A chamada Lei da Copa agora será enviada ao plenário da Câmara, e se aprovada será encaminhada para o Senado, onde será votada de forma definitiva. Segundo fontes parlamentares, isso deverá acontecer na segunda quinzena de março.
Durante a sessão desta terça-feira, vários deputados quiseram responder às duras críticas do secretário-geral da Fifa, Jerome Valcke, que na semana passada protestou pela demora na aprovação da lei e nas obras de infraestrutura, chegando a dizer que o Brasil precisava de um ‘pontapé no traseiro’ para começar a ‘trabalhar sério’.
Por essas declarações, que considerou ‘impróprias’, ‘ofensivas’ e ‘inaceitáveis’, o Governo comunicou à Fifa que não reconheceria Valcke como interlocutor nos assuntos relacionados à Copa.
O secretário-geral pediu desculpas ao Brasil por meio de uma carta divulgada nesta segunda-feira, na qual afirma ter acontecido mal-entendido fruto de má tradução de suas palavras. Nesta terça-feira, o presidente da entidade máxima do futebol mundial, o suíço Joseph Blatter, ratificou o país como sede da competição.
O texto aprovado pela comissão contém algumas das mais polêmicas exigências da Fifa, como a permissão da liberação da venda de bebidas alcoólicas nos estádios, o que no país era proibido pelo Estatuto do Torcedor.
Esse item foi aprovado por nove votos a favor e seis contra e foi o que provocou mais discussão entre os parlamentares. O texto aprovado aponta que só será permitida a venda de cerveja nos estádios durante o Mundial, mas não nas competições que acontecem no país no restante do ano.
A comissão também aprovou um artigo que propõe que pessoas de baixa renda, estudantes e aposentados tenham acesso a ingressos mais baratos.
Esse ponto já tinha sido discutido com a Fifa, que segundo declarações de Valcke em janeiro passado, durante sua última visita ao Brasil, estaria disposta a destinar somente 10% das 3 milhões de entradas com valores mais baixos. EFE