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França debate os limites éticos do uso de IA na segurança das Olimpíadas

Projeto de lei aprovado no senado abre caminho para sistemas inteligentes de segurança

Por Marilia Monitchele
28 mar 2023, 17h25

A inteligência artificial vem impondo inúmeros desafios à sociedade moderna. Na França, legisladores debatem os limites éticos para o uso de sistemas de segurança pública equipados com inteligência artificial nos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de Paris, que acontecerão em 2024. Os críticos ao projeto argumentam que a tecnologia destrói a privacidade dos cidadãos e estigmatiza alguns grupos sociais, enquanto os favoráveis defendem que o uso será restrito a eventos de grande porte e podem proporcionar mais segurança aos participantes. 

O projeto de lei em questão legalizaria o uso dos chamados “sistemas inteligentes de vigilância” nos Jogos de Paris. Os sistemas combinam câmeras com softwares de inteligência artificial capazes de sinalizar possíveis problemas para a segurança coletiva, como aglomerações de pessoas ou pacotes abandonados. A decisão de como proceder nesse cenário ainda será determinada por operadores e analistas humanos. Os partidários do novo sistema acreditam que essas ferramentas tecnológicas podem evitar desastres e ataques terroristas.

Defensores dos direitos digitais, porém, encabeçam uma campanha contra a lei. Entre os motivos, estaria a violação da lei internacional de Direitos Humanos – com o projeto aprovado a França seria o primeiro país da União Europeia a legalizar o uso de inteligência artificial em sistemas de segurança pública -. Para o grupo, a incorporação deste tipo de tecnologia poderia levar o país a um estado distópico de vigilância permanente, além de ser um ataque ao direito à privacidade e liberdade de reunião. A tecnologia poderia, ainda, estigmatizar grupos marginalizados como pessoas em situação de rua ou imigrantes. A lei não prevê o uso de reconhecimento facial, mas autoriza a avaliação de determinadas características físicas, incluindo as posturas e gestos corporais e o modo de andar. O projeto também abre caminho para o uso da tecnologia com câmeras montadas em drones. Durante as discussões da Assembleia Nacional, a legisladora da oposição Sandra Regol argumentou que isso transformaria os visitantes olímpicos em “cobaias” para vigilância por IA.

O projeto foi aprovado com folga no Senado, por 245 votos a 28, e aguarda a definição da Assembleia Nacional, caso seja aprovado, ajustes poderão ser feitos e o sistema poderá ser adotado até o final de abril.

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