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Feio, mas essencial: acidentes na F1 e F2 confirmam importância do Halo

Protagonista de um chocante acidente em Silverstone, o chinês Guanyu Zhou disse que o dispositivo de segurança salvou sua vida neste domingo

Por Da Redação Atualizado em 3 jul 2022, 17h54 - Publicado em 3 jul 2022, 16h21

Este domingo, 3, poderia ter sido marcado por verdadeiras tragédias no automobilismo, não fosse por um controverso, porém eficiente dispositivo de segurança. O Halo, proteção frontal do cockpit lançado em 2018 sob protestos de pilotos e fãs por razões estéticas, salvou a vida do piloto chinês Guanyu Zhou, no GP da Grã-Bretanha de Fórmula 1 desta manha, segundo ele própria admitiu. Mais cedo, outro chocante acidente na Fórmula 2 também confirmou a importância da proteção de titânio.

“Eu estou OK, tudo bem. O Halo me salvou hoje. Obrigado a todos por suas mensagens gentis”, escreveu Zhou, ainda no circuito em Silverstone. Logo na largada da corrida vencida pelo espanhol Carlos Sainz, da Ferrari, a Alfa Romeo do chinês capotou após toque da Mercedes de George Russell e só parou depois da barreira de proteção, ainda virado para baixo.

A prova ficou mais de 50 minutos paralisada, mas, surpreendentemente, Zhou foi visto pouco depois caminhando e conversando conscientemente pelo paddock com Frédéric Vasseur, diretor da Alfa Romeu e com Stefano Domenicali, CEO da Fórmula 1.

Atual campeão, o holandês Max Verstappen, da RBR, falou sobre os momentos de tensão. “Foi muito assustador. Normalmente, quando há uma bandeira vermelha logo no início, você sabe que algo sério está acontecendo. Hoje vimos novamente por que o Halo está na Fórmula 1”, disse Verstappen após a corrida. 

Horas antes, um acidente tão ou mais chocante envolveu o israelense Roy Nissany, da equipe DAMS, de Fórmula 2, que foi atingido em cheio, por cima, pelo carro de Dennis Hauger, da Prema. Assim como Zhou, os pilotos saíram ilesos.

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Feio, mas essencial

Os últimos acontecimentos, somados a outros de temporadas anteriores, comprovam que, ao menos no que diz respeito a um dos esportes mais perigosos do planeta, beleza não é fundamental. O Halo foi desenvolvido pela Federação Internacional de Automobilismo (FIA) com o objetivo de proteger a cabeça dos pilotos em caso de batidas ou choque com algum objetor projetado no ar.  foi introduzido em 2018, sob fortes críticas.

Feito de titânio em forma de quilha, a peça foi introduzida na temporada de 2018, sob fortes críticas. Na época, Toto Wolff, diretor da Mercedes, desaprovou o dispositivo. “Acho que é preciso velar pela segurança dos pilotos, mas é preciso encontrar uma solução com melhor aparência”, criticou. Em 2021, porém, após um acidente grave em que Lewis Hamilton foi atingido pelo carro de Max Verstappen, da Red Bull, o chefão da Mercedes mudou de ideia.

“O Halo definitivamente salvou a vida de Lewis hoje. Teria sido um acidente horrível no qual não quero nem pensar se não tivéssemos o Halo”, disse Wolf, após o GP de Monza de 2021.

Christian Horner, chefe da RBR, seguiu a mesma linha. “Foi um acidente bizarro. Você vê que o carro do Max subiu na Mercedes. Acho que sem o Halo, não haveria proteção para o peso da roda, que caria diretamente em cima do Lewis. Então mais uma vez o Halo demonstrou o seu propósito.”

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Carro de Max Verstappen passou por cima do de Lewis Hamilton no GP de Monza
Carro de Max Verstappen passou por cima do de Lewis Hamilton no GP de Monza (ANDREJ ISAKOVIC/AFP)

No início, diversos pilotos demonstraram receio de que a visão fosse prejudicada pela barra vertical que une o Halo ao cockpit, mas hoje o dispositivo é praticamente uma unanimidade.

Ao ser lançado em 2018, o então presidente da FIA, Jean Todt, falou sobre os perigos associados à velocidade. “No ano passado [2017], tivemos 42 acidentes mortais em corridas automobilísticas”, lembrou Todt. “Imagine como nos sentiríamos se acontecesse algo que o halo poderia impedir?”, acrescentou.

O alemão Nico Hulkeberg foi um dos primeiros a mudar de ideia ao se envolver em uma batida com o francês Charles Leclerc no GP da Bélgica, em Spa-Francorchamps, em 2018.  “Não sou muito fã do halo, mas depois do que se passou tenho que reconhecer que é seguro. Tenho sentimentos diversos”, afirmou o piloto da Renault na ocasião.  “O Halo mostrou ser muito útil, ele pode salvar as cabeças dos pilotos”, completou. 

 

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