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Estudo sugere que países sede de jogos olímpicos não ganham mais medalhas

Dados contrariam a ideia de “efeito anfitrião” e mostram que a relação entre sediar eventos e se destacar nas modalidades não é tão evidente quanto parece

Por Marilia Monitchele
2 fev 2023, 13h00

Nos Jogos Olímpicos é natural ver atletas dando seu máximo para conquistar um lugar ao pódio. Mais ainda se ele está defendendo o país anfitrião da competição. Nesses casos, o desejo de se sair bem pode ser ainda maior, o que geralmente leva os países sede a se destacarem no quadro geral de medalhas, alcançando saldos inéditos. Esse cenário leva muitos a acreditar no chamado “host-effect”, ou “efeito anfitrião“, em que, teoricamente, países que recebem os Jogos Olímpicos tendem a ter melhores resultados. Já foi afirmado, inclusive, que países anfitriões costumam ganhar em média até 1,8% a mais de medalhas nos jogos de verão, embora esse valor varie de acordo com as modalidades.

A sugestão dessa relação é frequentemente usada como justificativa para os altos custos exigidos para sediar esse tipo de evento esportivo. Não raro, autoridades alardeiam a possibilidade do país se destacar nos jogos e assim aumentar o interesse nacional por esportes. Um estudo publicado nesta quinta-feira (2), no periódico Scientific Reports, no entanto, leva a acreditar que esse elo pode não ser tão direto quanto parece.

Os pesquisadores investigaram até que ponto sediar jogos desse tipo aumenta, de fato, o número de medalhas conquistadas. Para isso, compararam os saldos de medalhas dos países que sediaram os Jogos Olímpicos de Verão entre 1996 e 2021, confrontando os anos em que receberam os jogos com os anos que não receberam. No período analisado, os países sede foram Estados Unidos, Austrália, Grécia, China, Reino Unido, Brasil e Japão. Os autores contabilizaram as medalhas gerais, bem como as específicas de atletas masculinos e femininos.

Os resultados apontam que, quando associado a fatores socioeconômicos, como PIB per capita e tamanho da população, o efeito anfitrião praticamente desaparece na maioria dos países. Apenas dois, Austrália (2000) e Reino Unido (2012), conseguiram um saldo de medalhas significativamente superior quanto foram anfitriões do que em edições anteriores. Quando analisamos os dados de desempenho por gênero, vemos que atletas masculinos do Reino Unido e do Brasil (2016), de fato, se saíram melhor quando os países sediaram os jogos. Entre as mulheres, o destaque ficou para as atletas australianas.

Isso sugere que o efeito anfitrião não é tão amplamente sentido quanto se imagina. Os autores do estudo sugerem que os países interessados em sediar esse tipo de evento devem guardar alguma cautela nas expectativas de obter um saldo final de medalhas mais próspero. Os pesquisadores, no entanto, afirmam que tratam-se de resultados ainda iniciais, e podem demandar estudos mais abrangentes, contabilizando mais edições de Jogos Olímpicos e suas modalidades de verão e inverno.

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