Como o referendo no Reino Unido pode afetar o futebol inglês?
Caso a votação popular decida que o grupo de países se desvencilhe da União Europeia, vários jogadores estrangeiros podem enfrentar problemas no visto de trabalho
O referendo que irá definir se o Reino Unido permanece no bloco da União Europeia (UE), em votação popular marcada para esta quinta-feira, pode ter consequências alarmantes para o futebol inglês. Se a maioria decidir o “não”, vários jogadores imigrantes, inscritos nas divisões nacionais, podem perder seus direitos de atuar nos países por causa do visto do trabalho que passaria a ser nulo, de acordo com a BBC.
Ainda segundo o levantamento feito pela emissora britânica, 332 jogadores estrangeiros que atuam nas duas primeiras divisões da Inglaterra e na principal liga da Escócia, nesta temporada, não se adequam aos critérios exigidos pelo novo visto de trabalho exigido e criado pela Associação Inglesa de Futebol (FA, na sigla em inglês), que entrou em vigor no ano passado com a chancela do Home Office – departamento de imigração do Reino Unido.
Entre os principais jogadores que o futebol inglês perderia estão o goleiro espanhol David de Gea, do Manchester United, os meio campistas franceses Dimitri Payet, do West Ham, e N’Golo Kante, do Leisceter City, e o atacante espanhol Héctor Bellerín, do Arsenal. O contrário também ocorreria: os jogadores do Reino Unido, em uma hipotética saída da União Europeia, poderiam ter seus nomes barrados em transferências a clubes europeus por causa do limite de estrangeiros estipulado pelos países do bloco.
A Premier League – principal divisão do futebol inglês – já se posicionou contra a saída do Reino Unido, apoiando o voto de permanência na UE. Richard Scudamore, presidente da liga, afirmou, dias atrás, à rádio 5 Live, que as 20 equipes do campeonato seguem com a mesma opinião e que a decisão pelo “não” iria contra os valores da organização do torneio, conhecido por ter muitos jogadores estrangeiros.
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“Há uma abertura na Premier League que seria completamente incompatível com a posição oposta. Isso não é bom para quem costuma viajar o mundo e ser bem recebido. Nós somo abertos aos negócios, a discussões e à cooperação”, afirmou o representante da Premier League.
(Da redação)