Embora a diretoria negue em seu discurso, Emerson Leão foi contratado por menos de três meses para fazer o elenco acordar para garantir, ao menos, uma vaga na Libertadores. Juninho Paulista, comandado pelo técnico em 2005 e 2006 no Palmeiras, aprova a medida com um alerta aos atletas do São Paulo: se não houver empenho, o treinador dispensa.
‘O cara que ele vê que não está empenhado e não está integrado com o resto da equipe, não fica no grupo’, antecipou o ex-meia, sem entender as dificuldades do Tricolor em vencer principalmente no Morumbi. ‘Eu via no São Paulo um elenco competitivo para título. Esses últimos tropeços me deixam surpreso, esperava que o time conquistasse mais pontos em casa e continuasse brigando na reta final.’
As primeiras medidas de Leão para mudar o panorama já podem ter sido tomadas logo em sua apresentação, quando tirou Rivaldo dos relacionados para viajar ao Paraguai, onde o time enfrenta o Libertad nesta quarta-feira. E existe a pressão para fazer com que atletas jovens como Casemiro, machucado, e Lucas voltem a jogar como antes.
Tarefas que, para Juninho, podem ser cumpridas por Leão. ‘Ele já deu certo uma vez e fez ótimo trabalho, por isso retornou. O Leão é disciplinador, e o São Paulo gosta das coisas certinhas, bem administradas. É mais ou menos o perfil do Leão’, indicou o atual mandatário do Ituano. ‘Só tenho minhas dúvidas porque acho muito pouco tempo. Mas o Leão, apesar de não vir trabalhando, é um treinador competente e espero que dê resultado.’
Para os resultados saírem, Juninho recomenda ao ex-chefe ser menos centralizador para ter vida longa no Morumbi. ‘Ele causa impacto logo no começo e depois as coisas não caminham. Mas, por ter acontecido duas ou três vezes o mesmo erro, ele deve ter aprendido e refletido. Se der certo nesses sete jogos, tem grande perspectiva de dar sequência’, opinou.
‘É um treinador que gosta de ver tudo ao redor, não fica só nas quatro linhas. Até por isso, como quer abraçar tudo, às vezes não tem todas as condições. Precisa delegar um pouco os poderes. Mas acho que já deve ter mudado alguma coisa e tem tudo para dar certo’, apostou Juninho.
Com aspecto sereno ao comentar a situação do Tricolor, time que defendeu entre 1993 e 1995, o ex-meia abriu um sorriso ao dizer se contrataria um treinador para mexer com o brio do elenco em menos de três meses. ‘Se ele aceitasse o salário, contrataria. Seria por um salário bem menor’, gargalhou o presidente do Ituano.