A pequena Lily-May Betty Woods, nascida em 31 de março, foi a primeira criança a ser registrada na Grã-Bretanha por um casal do mesmo sexo. As lésbicas Natalie Woods e Betty Knowles se beneficiaram da lei que começou a vigorar este mês no país (Human Fertilisation and Embryology Act), que permite a casais homossexuais a possibilidade de ser igualmente considerados pais de uma criança.
A legislação anterior previa que apenas o pai biológico pudesse registrar o filho. Neste caso, apenas o nome de Natalie, que engravidou por inseminação artificial de um banco de sêmen, poderia constar no documento, e o nome do pai teria ficado em branco. Betty, sua parceira há 16 anos, só poderia ser legalmente reconhecida por meio de um processo judicial.
“O fato comprova que o nosso tipo de família está sendo mais aceito. Afinal, o que uma criança mais precisa é de amor incondicional, e é isso que estamos dando à pequena Lily-May”, contaram as mães, em entrevista ao jornal britânico Daily Telegraph. “Infelizmente, algumas pessoas ainda não compreendem, inclusive meus pais, que não falam comigo por causa da minha opção e estão perdendo a oportunidade de conhecer este lindo bebê”, disse Natalie.
A mudança, contudo, vem sendo criticada por algumas pessoas, que afirmam que o registro legal deveria conter apenas o parentesco biológico da criança. “Por mais que haja união legal e criação conjunta, a biologia reflete o que realmente aconteceu: um dia a criança desejará saber quem é seu pai. Não se trata de um debate moral, mas de debater fatos reais. Não podemos confundir paternidade biológica com aquela social e legal”, criticou Josephine Quintavalle, da organização de debates sobre ética reprodutiva ao Daily Telegraph.