Ex-empregado de Picasso terá que devolver 271 obras
Justiça francesa ordena que herdeiros do espanhol recebam as peças em posse de Pierre Le Guennec, que foram avaliadas em até 400 milhões de reais
A Justiça francesa decidiu nesta sexta-feira que quase trezentas obras do espanhol Pablo Picasso em posse de um ex-empregado do pintor, Pierre Le Guennec, sejam entregues aos herdeiros do artista. A decisão rejeita o depoimento de Le Guennec, de 75 anos, um eletricista aposentado que diz ter recebido as obras de presente de Jacqueline Picasso, última esposa do artista, há mais de 50 anos. Picasso morreu em 1973 e Jacqueline, em 1986. Ao todo, são 271 obras, de valor estimado entre 60 e 120 milhões de euros (de 207 a 415 milhões de reais).
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A caixa ficou alojada na garagem de Le Guennec por quase 40 anos, até o casal levá-la a Paris para ser avaliada, em 2010. Após a revelação da existência das obras, herdeiros entraram em contato com as autoridades, que abriram uma investigação.
Um dos filhos de Picasso, Claude Ruiz Picasso, disse estar satisfeito com a decisão e declarou que a coleção, que se acredita tenha sido criada entre 1900 e 1932, inclui trabalhos importantes que agora podem ser exibidos. “Ele teve uma grande cara de pau ao tentar nos fazer engolir essa história”, disse Maya Picasso, uma das filhas do artista, a repórteres.
Como resultado da decisão judicial, além da entrega das obras à família de Picasso, Le Guennec e sua mulher, Danielle, de 71, receberam pena de dois anos de prisão – posteriormente suspensa – por manipulação de bens roubados.
(Com agência Reuters)