Bafta, o ‘Oscar britânico’, adota espécie de cota pró-diversidade
Prêmio considerado o Oscar britânico criará cotas que servirão como critério de elegibilidade para duas categorias
A Academia de Artes, Cinema e Televisão Britânica, Bafta, responsável pelo prêmio de mesmo nome, vai implantar um critério de elegibilidade para duas categorias de sua premiação, com o intuito de encorajar produtores a aumentar a diversidade no cinema. A partir de 2019, o Bafta vai adotar regras parecidas com as de um sistema de cotas para os prêmios de melhor filme britânico e revelação britânica de roteiro, direção ou produção.
Para ser indicado, os longas inscritos deverão apresentar uma maior representatividade de minorias, tanto no grupo de atores quanto na produção por trás das câmeras, além de temáticas narrativas diversas. Serão aceitos membros de minorias étnicas, deficientes e mulheres além de representantes de comunidades LGBT e pessoas de camadas socioeconômicas mais baixas.
A ação é divulgada dois meses após o resultado de uma pesquisa da BFI (British Film Institute), a qual aponta que, na última década, 59% dos filmes britânicos não apresentaram nenhum negro em seu elenco, e que apenas 13% trazem protagonistas não brancos, sempre em papéis relacionados à escravidão e criminalidade.
A Academia Britânica também vai alterar, a partir de 2017, os critérios para aceitar novos membros. Antes, apenas pessoas indicadas por integrantes ativos tinham a chance de fazer parte do grupo. A regra será abolida. Atualmente, o grupo é composto 41% de mulheres, 13% de minorias étnicas, e a média de idade é de 52 anos. Em comparação, a Academia de Hollywood, que enfrenta questionamentos sobre representatividade no Oscar, é formada por 23% de mulheres, 6% de pessoas que não são brancas, e a faixa etária média é de 62 anos.