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Abdômen de Tarzan é a única parte forte de novo filme

‘A Lenda de Tarzan’ prioriza beleza de cenas e efeitos especiais em detrimento da história — que ganhou uma fraca repaginada

Por Raquel Carneiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 21 jul 2016, 09h09 - Publicado em 21 jul 2016, 09h06

Criança sozinha na selva é adotada por animais, absorve os hábitos da nova família, cresce, até ser necessária a mudança para a civilização. Base para diversas histórias ao redor do mundo, a lenda do humano-bicho, presente em narrativas que vão da mitologia mesopotâmica até personagens clássicos da literatura ocidental, como Tarzan e Mogli, fascina ao causar estranhamento, curiosidade e motivar questionamentos filosóficos. Afinal, onde termina a natureza humana e começa a influência social e cultural?

Em A Lenda de Tarzan, que chega aos cinemas nesta quinta-feira, a lógica é invertida e a trama começa após o período de adaptação do famoso rei da selva à vida na Europa, onde ele mora confortavelmente em uma mansão com a esposa, Jane — até se sentir compelido a retornar à sua velha floresta e dar gritos entre cipós.

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Aparentemente boa, a ideia dirigida por David Yates, com a ajuda de um orçamento de 180 milhões de dólares, tropeça em si mesma, perde o ritmo e sofre com a falta de musculatura do cineasta, que prefere focar nos excessos, com um exibicionismo de efeitos especiais e fotografia sem unidade. No geral, a única força e solidez da trama reside no abdômen do malhado Tarzan. Ou melhor, do sueco Alexander Skarsgård.

O ator faz um bom trabalho no papel do protagonista. Na civilização, ele se mostra como um sério homem de negócios, que ainda carrega a mudança física nos ossos da mão, herança da postura aprendida na infância com a mãe gorila. Ele é convidado a retornar ao Congo, na África, pelo diplomata americano George Washington Williams (Samuel L. Jackson), que planeja provar que o rei da Bélgica, através do explorador Leon Rom (Christoph Waltz), está escravizando os habitantes do país.

No continente africano, ele e sua esposa, vivida por Margot Robbie são atacados pelo grupo de Rom, que quer entregar Tarzan ao líder de uma tribo local, inimigo do bombado rei da selva. Ele, contudo, escapa, e Jane se torna a isca perfeita. Ao lado de amigos (humanos e animais) e de um Samuel L. Jackson saído de um filme do Tarantino, Tarzan atravessa a floresta em busca de sua amada.

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De forma equivocada, a produção tenta assimilar questões como racismo, colonialismo e feminismo a partir de uma ótica atual — distante do cerne original de Tarzan, que fez seu début em 1912, quando tais temas não eram passíveis de explanações. Contudo, Tarzan nada mais é aqui que o europeu branco e forte, que salva os amigos negros africanos do imperialismo… europeu e branco. Enquanto Jane recusa o título de donzela em perigo, mas não passa de uma… donzela em perigo, esperando ser salva pelo amado.

A frustração do texto fraco é compensada pelos efeitos especiais, com animais absurdamente reais, além de elaboradas cenas de lutas entre Tarzan e uma longa fila de adversários. Quase um super-herói da Marvel, mas sem o bom humor de um Homem-Aranha e com o excesso de drama de um Batman órfão, que grita a plenos pulmões. Haja — ôôuô — paciência.

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