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Sem financiamento, vagas ociosas devem aumentar ainda mais

Por Marina Dias
27 nov 2009, 16h05

Divulgado nesta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas (Inep), o Censo da Educação Superior trouxe dados alarmantes para os brasileiros: 49% das vagas oferecidas no ensino superior em 2008 não foram preenchidas. Isso significa que, somando a oferta em instituições públicas e particulares, das 3 milhões de vagas disponíveis, 1,47 milhão ficou completamente ociosa no ano passado.

Em comparação a 2007, o crescimento total das vagas não preenchidas foi de 11,6%. No entanto, o aumento mais expressivo ocorreu na rede federal, em que o número de vagas ociosas subiu 117% em um ano. Nas universidades estaduais, o crescimento foi de 9%, enquanto nas municipais, 6,9%, e nas privadas, 10%.

Ainda assim, são as instituições particulares que respondem pelo maior número de cadeiras vazias. Elas são responsáveis por 2,641 milhões do total de vagas em processos seletivos de todo o país e apresentam 54,6% de ociosidade. Esse número, porém, não acompanha sequer a quantidade de estudantes em busca de um diploma do ensino superior. De 2007 para 2008, o número de vagas aumentou 5,7% e o número de calouros nas faculdades subiu bem menos: 1,6%.

Investimento – Em entrevista à VEJA.com, o economista e especialista em educação, Gustavo Ioschpe, explica que há um motivo específico para esse problema: “As pessoas não têm dinheiro para a matrícula e o sistema privado de ensino – onde há mais vagas disponíveis – é proibitivamente caro”.

Além disso, afirma Ioschpe, a cultura brasileira não está condicionada ao financiamento, o que dificulta ainda mais o acesso das classes mais baixas às universidades. “As pessoas não entendem que o diploma é garantia de sucesso e que, depois de formado, há um retorno para o repagamento das despesas. Por isso, elas acabam não indo para a universidade”.

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Para o economista, o crescimento excessivo das instituições particulares acentua ainda mais o problema de vagas não preenchidas no Brasil. “Quem pode pagar para cursar uma faculdade já está no ensino superior, principalmente no setor privado. Por isso, o desafio agora é popularizar a educação, trazendo as classes C, D e E para dentro das universidades”, destaca.

Gustavo Ioschpe acredita que a demanda por ensino superior se manterá aquecida nos próximos anos e que, caso não haja grandes mudanças no perfil socioeconômico da população ou um sistema de financiamento da educação efetivo, o problema das vagas ociosas só tende a aumentar, mesmo com o crescimento vertiginoso do ensino à distância.

“Isso é uma tendência ligada mais aos cursos de pós-graduação ou, ainda, para a graduação de quem já está no mercado de trabalho e quer conseguir um diploma para se manter bem colocado profissionalmente. Quem não tem dinheiro para estudar, vai continuar fora das universidades, mantendo a tendência de crescimento das vagas não preenchidas”, salienta.

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