Protesto termina com prisão de 27 alunos da Unifesp
Eles foram levados à PF, onde outro grupo pediu a liberação dos detidos
A Polícia Militar deteve na noite desta quinta-feira 27 alunos da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), em Guarulhos, após um protesto realizado na sequência de uma assembleia estudantil. Eles foram conduzidos até a Superintendência da Polícia Federal, na Lapa, zona oeste da capital paulista, para prestar depoimento. Um grupo formado por outros estudantes passou a madrugada em frente à sede da PF para exigir a liberação dos detidos.
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Segundo a PM, a confusão teve início após a assembleia estudantil, quando alunos da Unifesp começaram a depredar e pichar o campus. A polícia, então, foi chamada pela diretoria acadêmica. Estudantes que presenciaram o episódio, no entanto, negam o tumulto antes da chegada da PM. Eles disseram que protestavam por melhores condições de estudo e o quebra-quebra só começou após os policiais prenderem uma colega, que ficou ferida na ação e foi levada ao pronto-socorro.
De acordo com um universitário, os estudantes estavam concentrados em frente à sala do diretor acadêmico da Unifesp, Marcos Cezar de Freitas, para fazer um “ato pacífico”. Eles afirmam que Freitas teria se sentido acuado e chamou os policiais. “A PM já chegou nos acuando. Quando prenderam uma menina, dando uma chave de braço, o pessoal se revoltou e aconteceu o confronto e o quebra-quebra”, disse um aluno.
Em seguida, o confronto se espalhou e, de acordo com os universitários, a polícia utilizou balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo. “Foi uma ação extremamente violenta”, afirma uma estudante, que preferiu não se identificar. “Os presos foram revistados na parte de trás do prédio, um lugar escuro. E os policiais esconderam a identificação.”
A estudante ferida deu entrada na Policlínica Alvorada, em Guarulhos. Segundo uma funcionária do estabelecimento, a garota disse que uma bomba estourou perto dela. A aluna não deixou ninguém tocar na lesão, porque queria fazer exame de corpo de delito. Ela foi liberada e saiu acompanhada de policiais para depor na Polícia Federal junto com os demais 26 detidos.
Os policiais também devem ser ouvidos durante a madrugada e a PF fará uma perícia na Unifesp para avaliar o dano causado ao patrimônio. A universidade está em greve há mais de 70 dias. Na última quarta-feira, a Polícia Militar cumpriu uma ordem judicial de reintegração de posse do campus da universidade em Guarulhos. Alunos estavam acampados no local desde o dia 22 de março, cobrando melhores condições de ensino.
(Com agência Estado)