O novo reitor da Universidade de São Paulo (USP), a ser escolhido no dia 19 de dezembro, terá como uma de suas missões “pacificar” o clima na instituição, ampliando canais de diálogo com alunos, funcionários e professores. Essa é a opinião dos integrantes das quatro chapas que participam da disputa para os cargos de comando da universidade.
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Na terça-feira, a Tropa de Choque da Polícia Militar (PM) cercou o prédio da reitoria da USP, onde manifestantes estavam acampados há 42 dias, para cumprir um mandado judicial de reintegração de posse. Os estudantes deixaram o local e não houve registro de confronto. No entanto, dois estudantes acabaram detidos. Para trás, ficou um rastro de destruição: segundo a instituição, equipamentos foram furtados e há pichações e lixo por toda a parte. Os manifestantes também quebraram mesas e cadeiras.
A tomada da reitoria ocorreu em protesto por eleições diretas para a reitoria – hoje, os candidatos são escolhidos por meio de uma lista tríplice, cuja decisão final fica a cargo do governador do estado. Os quatro candidatos à reitoria afirmam que irão iniciar a gestão revendo a forma como serão escolhidos o reitor e vice-reitor da USP.
Dois pontos devem ser modificados. Primeiro, o peso dos votos dos alunos e dos funcionários deve aumentar. Atualmente, essas duas categorias dividem 15% dos votos e o restante vem dos professores. Com a reforma, a proporção dos docentes deve cair para a casa dos 70%.
Em segundo lugar, os candidatos também concordam em dar mais autonomia para a escolha dos diretores de cada uma das unidades. Hoje, o reitor escolhe os diretores a partir de uma lista tríplice enviada pelas faculdades. A ideia é que a escolha passe a ser feita ser intermediações.
Entre as quatro chapas que disputam as eleições, duas são apontadas como mais próximas do atual reitor, João Grandino Rodas. Uma delas é encabeçada pelo geógrafo Wanderley Messias e tem a ex-reitora Suely Vilela como candidata a vice. “A infraestrutura da universidade melhorou, a USP se internacionalizou e houve avanço nas carreiras de funcionários e professores. Mas é preciso ampliar o diálogo para pacificar a instituição”, afirma Messias. A outra chapa ligada à continuidade tem à frente o economista Hélio Nogueira da Cruz, que foi vice-reitor na atual gestão.
Dois pró-reitores, Marco Antonio Zago (pró-reitoria de Pesquisa) e Vahan Agopyan (pró-reitoria de Pós Graduação), estão associados ao movimento de renovação, assim como a chapa do engenheiro José Roberto Cardoso, que foi diretor da Faculdade Politécnica e o único que não participou da gestão atual. A eleição vai definir três vencedores. Apenas um ficará de fora da lista tríplice a ser encaminhada ao governador Geraldo Alckmin, responsável pela decisão final.
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(Com Estadão Conteúdo)