Mais de 40 dias após invasão, alunos deixam reitoria da USP
Polícia Militar cumpriu determinação da Justiça para reintegração de posse
A Polícia Militar cercou por volta das 5h30 desta terça-feira o prédio da reitoria da Universidade de São Paulo (USP) para cumprir a ordem de reintegração de posse emitida pela Justiça. Há 42 dias, em 1º de outubro, os estudantes invadiram a reitoria como forma de protesto por eleições diretas para o cargo de reitor. Eles começaram a deixar o edifício nesta terça pouco antes da chegada dos policiais. Não houve confronto.
Mesmo após a saída dos alunos, a polícia permanece no local para garantir o trabalho dos peritos que irão averiguar a situação do prédio. Logo no primeiro dia, o local foi pichado e depredado. Os policiais que participaram da reintegração constataram prejuízos, mas a dimensão dos estragos ainda não é clara.
A decisão a favor da reintegração de posse foi proferida na terça-feira passada pelo desembargador Xavier de Aquino, do 1º Grupo de Direito Público do Tribunal de Justiça de São Paulo. Aquino argumentou que o caso era “extremamente grave” e que “alunos e pseudo-alunos” estavam atrapalhando o bom andamento da universidade.
A USP já havia solicitado à Justiça a retomada do local no mês passado. No dia 15 de outubro, no entanto, uma decisão judicial deu prazo de 60 dias para que os manifestantes desocupassem o prédio. A universidade entrou com novo recurso e, desta vez, obteve decisão favorável.
A ocupação da reitoria é recorrente na história da mais importante instituição universitária do pa��s. Em 2011, cerca de 100 alunos invadiram o local para protestar contra a presença da Polícia Militar no campus. Na ocasião, o grupo se manteve intransigente e a PM foi acionada para realizar a liberação do prédio. Setenta pessoas acabaram detidas.