A votação do relatório da reforma da Previdência na Comissão Especial da Câmara dos Deputados está mantida para quarta-feira, disse nesta terça-feira o presidente do colegiado, Carlos Marun (PMDB-MS), afirmando que a estratégia do governo é acelerar a aprovação do texto.
“Não existem motivos para mais adiamentos. Nós vamos hoje concluir a discussão e amanhã votaremos”, afirmou Marun, acrescentando que a ideia é iniciar os trabalhos às 9h30 na quarta-feira, seguindo em frente “até a conclusão do processo”.
Pouco depois das 18h, Marun suspendeu a sessão do último dia marcado para debate da proposta, mas reforçou que os trabalhos seriam retomados tão logo fosse encerrada a ordem do dia no plenário da Casa.
A jornalistas, garantiu que a votação do relatório será iniciada na manhã de quarta-feira independentemente do horário de término da sessão nesta noite.
Questionado sobre a sugestão de alguns aliados para que a votação na comissão fosse novamente postergada, Marun respondeu mais cedo que o governo entendeu como estratégia mais pertinente aprovar o relatório ainda nesta semana.
“Primeiro, nós temos maioria na comissão. Segundo, o texto já foi bastante ajustado. A partir daqui nós temos é que efetivamente trabalhar o esclarecimento tanto da população quanto até de alguns parlamentares”, disse.
“Para que esse esclarecimento aconteça o ideal é que ele se faça em cima de um texto já aprovado, não baseado numa hipótese.”
O presidente Michel Temer se reuniu no feriado do Dia do Trabalho com ministros e parlamentares da base aliada no Palácio da Alvorada para discutir estratégias para a aprovação da reforma no Congresso. [nL1N1I40MV]
Marun disse ter segurança de que o governo tem maioria para aprovar a matéria na comissão e disse esperar que a reforma seja votada no plenário da Câmara neste mês, embora não tenha feito previsões de data.
O vice-líder do governo, Beto Mansur (PRB-SP), que prepara uma cartilha sobre a proposta para ajudar no convencimento dos deputados, defende que a reforma da Previdência só seja colocada em votação no plenário quando o governo contar com pelo menos 320 votos. Por ser uma Proposta de Emenda à Constituição, a reforma precisa de pelo menos 308 votos.
“Eu, pessoalmente, defendo que só vá para plenário quando tiver 320, 330 votos”, disse a jornalistas, acrescentando que o placar atual “não está muito longe” do necessário.
O texto do relator Arthur Oliveira Maia (PPS-BA) ainda pode ser alterado, pois ele tem prerrogativa para ajustar pontos após a discussão do texto na comissão, lembrou Marun.
Mas Oliveira Maia negou que seu relatório sofrerá qualquer alteração e também afirmou o texto será votado na quarta-feira.
(Com Reuters)