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Volkswagen investigará seu papel na ditadura militar brasileira

Em comunicado, grupo afirma que trabalho será feito por um historiador independente; pesquisa semelhante já foi feita sobre ligação da empresa com o nazismo

Por Da redação
Atualizado em 30 jul 2020, 20h56 - Publicado em 3 nov 2016, 18h03
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  • A companhia alemã Volkswagen vai encarregar um historiador independente de analisar a atuação da montadora nas duas décadas de ditadura militar no Brasil. “Queremos esclarecer o período obscuro da ditadura militar (de 1964 a 1985), o comportamento dos encarregados (da companhia) no Brasil e, se houver correlação, na Alemanha”, informou a diretora jurídica do grupo, Christine Hohmann-Dennhardt, em comunicado.

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    Em setembro de 2015, ex-trabalhadores e ativistas processaram a Volkswagen no Brasil, acusando a empresa de ter permitido a perseguição e a tortura de trabalhadores que se opunham ao regime militar. Segundo a denúncia, doze trabalhadores foram presos e torturados na fábrica da Volkswagen em São Bernardo do Campo, em São Paulo. Os reclamantes também acusaram a empresa de ter elaborado “listas negras” de opositores à ditadura militar.

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    “Vamos esclarecer o papel da empresa durante a ditadura militar no Brasil, com a perseverança e a coerência necessária, da mesma forma que fizemos, de forma rápida e completa, sobre assuntos do passado nazista e o uso de trabalho escravo”, acrescentou o comunicado. Para a tarefa, a companhia elegeu o historiador independente Christopher Kopper, um professor da Universidade de Bielefeld, da Alemanha.

    Críticas de historiador

    No mesmo comunicado, a montadora afirmou que, depois da recente saída de Manfred Grieger, busca um novo diretor para sua divisão de comunicação histórica. Grieger, historiador especialista em pesquisas sobre trabalhos forçados durante o nazismo, estava na Volkswagen há quase vinte anos. Ele deixou o grupo no fim de outubro.

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    Grieger criticou publicamente um estudo interno sobre o passado nazista da Audi, uma das unidades da Volkswagen, considerando que ele era incompleto e minimizava os fatos. Segundo a agência de notícias alemã DPA, sua saída estaria vinculada a uma insatisfação da direção por ele ter se pronunciado sem autorização nesse sentido.

    Na última terça-feira, vários historiadores de renome na Alemanha acusaram a Volkswagen, em um artigo, de querer promover uma história tendenciosa de seu passado. Uma crítica que a marca nega, afirmando “lamentar a má interpretação da saída” de Grieger, em uma reação por escrito à qual a agência AFP teve acesso.

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    Grieger “não foi despedido nem forçado pela empresa a ir embora”, assegurou o grupo. “Ao longo dos anos e de maneira decidida e honesta, a Volkswagen jogou luz sobre a história da empresa e continuará fazendo isso”, acrescentou a companhia.

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    A pedra fundamental da fábrica de Wolfsburg, sede da Volkswagen, foi posta em 1938 por Adolf Hitler para cumprir o desejo do ditador, que ansiava pela criação de um carro popular. Foi o engenheiro alemão Ferdinand Porsche que inventou o modelo, que receberia o nome de Fusca.

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    Durante a Segunda Guerra Mundial, a fabricante alemã recorreu ao trabalho escravo de prisioneiros de guerra e de detidos dos campos de concentração. Na tentativa de reparar alguns desses feitos, a empresa criou nos anos 1990 um fundo de indenização para os trabalhadores forçados e abriu seus arquivos a historiadores.

    (Com AFP)

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